Este golpe ou pesquisa consiste em trocar seu parceiro no restaurante enquanto ele tecla no celular.
Por Marcio Alemão
Um Misterioso Assassinato em Manhattan, 1993 |
Ainda não se chegou a uma conclusão. Golpe ou pesquisa científica? O que tem acontecido é o seguinte: casais chegam a um restaurante, sentam-se frente a frente ou lado a lado (não foi possível, por ora, identificar um padrão) e começam a teclar em seus celulares. Passado um tempo, a mulher ou o homem são substituídos por outro ou outra. Tudo é feito sem nenhum aparato de coerção ou sinal de violência. Uma pessoa se aproxima e diz ao ouvido da vítima: “É rapidinho, o senhor (ou senhora) pode vir comigo?” A pessoa não para de teclar e simplesmente obedece.
Na sequência, um substituto ocupa o lugar do antigo par e também, a exemplo do anterior, segue teclando. O pedido é feito sem que os olhos deixem a tela. A refeição chega, continuam a teclar. A conta é paga e se retiram. Às vezes a mulher estranha o carro, que não é o do companheiro, mas, se o mesmo tiver acesso para carregar o celular, queixas não ocorrem.
Eu creio que se trata de um estudo comportamental, considerando que a parte assemelhada a um golpe/sequestro não tem funcionado.
Explico melhor. Ninguém reclama da troca. Ninguém percebe a troca, a não ser que a pessoa substituída decida conversar, comentar sobre a comida, sobre o local. Ah, sim. Se o local não tiver Wi-Fi, será riscado da lista do casal. Olha só que bom quesito para a mídia encantada em distribuir prêmios: Restaurante com a Melhor Rede.
Igualmente triste tem sido a limpeza que tenho feito em minha adega. Não culpo ninguém além de mim mesmo e de meu desleixo em certas épocas. Resuminho: quatro garrafas de vinhos de Bordeaux – Château Beychevelle e Château Fombrauge, da celebrada safra 2000, foram para o ralo da pia. Da mesma forma, duas de Crozes-Hermitage 2001, do produtor Paul Jaboulet. Acho que vacilei na conservação. Mas um lado meu convenceu-se, faz um tempinho, de que os vinhos não são mais feitos para durar.
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