Contribua com o SOS Ação Mulher e Família na prevenção e no enfrentamento da violência doméstica e intrafamiliar

Banco Santander (033)

Agência 0632 / Conta Corrente 13000863-4

CNPJ 54.153.846/0001-90

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Escolher a escola

Agora é a época em que muitos pais estão avaliando diversas escolas para transferir o filho no próximo ano; alguns farão isso por necessidade, outros por desgosto com a escola atual e outros ainda porque vão matricular a criança pela primeira vez em uma escola.

É neste momento, também, que a imprensa investe em reportagens sobre como escolher a melhor escola para o filho, quase sempre com dicas de métodos pedagógicos mais frequentemente praticados, com análise de diversos estilos de escola ou apontando critérios já bem conhecidos, como a colocação em rankings, por exemplo.

Todo ano muitos pais recorrem a mim, na esperança de conseguir algumas pistas que os ajudem a fazer a melhor escolha possível. Todo esse empenho dos pais é compreensível: hoje, a sociedade considera a escola o instrumento mais importante no preparo dos mais novos para o futuro. Tenha ela ou não condições de honrar tal função, o fato é que os pais têm acreditado nisso e tentado, sempre que podem, fazer uma boa escolha.

Ano após ano, as questões que os pais me trazem são muito semelhantes e se repetem. Este ano, entretanto, tenho recebido algumas bem diferentes. Por exemplo: há pais que querem saber se é bom ou não a escola passar bastante lição para ser feita em casa e se o uso do uniforme escolar é um fato importante para os alunos, e até quando; há os que querem saber se o melhor é a escola fornecer lanche ou o aluno levar de casa e quanto tempo deve ter o intervalo do recreio e como ele deve ser.

Há, inclusive, pais que perguntam se crianças que frequentam os primeiros anos do ensino fundamental devem ser submetidas a provas e que querem saber o que significa, de fato, acompanhar a vida escolar do filho.

Surpreendentemente, não recebi nenhuma questão a respeito de métodos pedagógicos, de ranking, de espaço físico escolar, tampouco sobre material pedagógico. É: parece que os pais começam a pensar nos detalhes da educação escolar do filho, o que é uma boa notícia.

Primeiramente, é bom saber que não há resposta certa para nenhuma das questões que os pais consideram neste momento de escolha da escola para o filho. Mas tal escolha certamente irá refletir o que eles priorizam. E o positivo dessa mudança, que pode ser pequena mas que é significativa, é que os pais dão sinais de que não mais se ocupam com questões que outros dizem que eles devem se ocupar.

Agora, eles é que determinam o que é importante considerar. E, analisando as questões trazidas, os pais mostram que dão importância à convivência dos alunos na escola, que valorizam a cultura familiar e querem que ela seja respeitada.

Parece também que os pais não querem mais ver o filho ser massacrado pela exigência exagerada da escola em quantidade de conteúdos e avaliações e esperam que a instituição escolar saiba fundamentar de modo coerente suas práticas e as escolhas feitas.

Resta saber se as escolas irão se afetar com essa boa novidade porque são poucas as escolas que aceitam repensar seu modo tradicional de organização e trabalho educativo. Com tantas modificações que o mundo tem provocado, a escola parece ser uma das poucas instituições que permanece congelada no tempo.
rosely sayão
Rosely Sayão, psicóloga e consultora em educação, fala sobre as principais dificuldades vividas pela família e pela escola no ato de educar e dialoga sobre o dia-a-dia dessa relação. http://folha.com/no1349911

Nenhum comentário:

Postar um comentário