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segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Falta educação sexual na escola e em casa

JAIRO BOUER

A conduta sexual precoce e muitas vezes inapropriada de crianças e jovens tem chamado a atenção no mundo todo. A agência de notícias britânica Press Association registrou mais de 2 mil problemas em escolas do país ocorridos entre janeiro de 2010 e setembro de 2013. Os números podem estar subestimados, já que muitas escolas preferem não notificar as autoridades.

Embora a maior parte dos problemas tenha ocorrido com jovens de 13 a 15 anos, até crianças de 5 anos foram afastadas ou punidas por comportamentos considerados inadequados como bullying, assédio, abuso, divulgação de pornografia ou sexting (envio de textos com conteú­dos sexuais). Os episódios foram dez vezes mais comuns entre garotos.

O fenômeno também tem sido visto por aqui. As escolas têm de lidar com questões cotidianas de comportamento sexual inapropriado de seus alunos. Entre os mais novos, parece haver dificuldade para perceber limites e de entender a repercussão que algumas condutas podem ter na relação com o outro.

As crianças são precocemente expostas, principalmente por causa da internet, a conteúdos que, talvez, não tenham maturidade para decodificar. Na ausência de um olhar mais atento de muitos pais, influenciadas pelo comportamento do grupo e com acesso rápido a toda sorte de imagens, elas passam a ver com naturalidade algumas atitudes. Enviar fotos com conteúdo erótico e escrever mensagens picantes podem fazer com que a barreira ao contato físico ou sexual diminua, tornando esses atos comuns.

A tendência aponta para a necessidade de a escola trabalhar mais cedo questões como corporalidade, sexualidade e limites. Em casa, a participação mais efetiva dos pais ajudaria as crianças a entender até onde podem chegar e o que pode ser considerado um comportamento inadequado ou abusivo.

Entre os adolescentes, a situação também preocupa. Recentemente, no Brasil, algumas situações que culminaram em tragédias (suicídio de algumas jovens) podem ter relação direta com a exposição pública da intimidade em redes sociais. O que muitos não percebem é que, no calor das emoções e do desejo, os jovens se exibem mais do que deveriam. O fato de perceberem menos risco no ambiente virtual contribui para isso. Imagens guardadas de comum acordo ou, ainda, captadas sem o conhecimento e o consentimento de quem se expõe podem vazar para a rede no momento em que o casal briga ou quando alguém se sente preterido. O resultado é devastador. Sem habilidade para lidar com uma crise dessa dimensão ou com vergonha de pedir ajuda, o jovem pode escolher um caminho sem volta.

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