Em um mundo cada vez mais interligado, as crianças correm um risco ainda mais alto de serem exploradas sexualmente ou vendidas, alertou uma relatora especial independente das Nações Unidas nesta quinta-feira (13), pedindo medidas decisivas globais para impedir crimes como a prostituição e o tráfico infantil.
“Milhões de meninas e meninos em todo o mundo são vítimas de exploração sexual, embora esta questão tenha ganhado mais visibilidade nos últimos anos”, disse a relatora especial da ONU sobre a venda, prostituição e pornografia infantil, Najat Maalla M’Jid, ao apresentar seu relatório final à 25ª sessão do Conselho de Direitos Humanos.
A tolerância social, a impunidade, a demanda persistente e o aspecto lucrativo deste comércio para redes criminosas mundiais são apenas alguns dos fatores que tornam as crianças cada vez mais vulneráveis, denunciou Maalla M’Jid, acrescentando que “o desenvolvimento contínuo de novas tecnologias tornou o acesso a crianças em todas as partes do mundo mais fácil e aumentou a exploração“.
Ela enfatizou que certas formas de exploração sexual estão aumentando, como o tráfico de crianças para fins sexuais e econômicos, o turismo sexual infantil e a exploração sexual online de crianças, mas observou que a verdadeira dimensão do problema não é clara por causa de legislação inadequada, falta de dados confiáveis e de denúncias.
“A natureza clandestina de tal exploração, o medo de represálias e estigmatização, bem como a falta de mecanismos de denúncia sensíveis à criança também dificultam a nossa compreensão desses crimes”, informou Maalla M’Jid. “Os destinos para o turismo sexual infantil mudam continuamente já que perpetradores tendem a escolher países com legislações e controles fracos.”
“Apesar dos esforços significativos e dos reiterados compromissos globais, muito ainda precisa ser feito para proteger, reabilitar e reintegrar as vítimas, fornecer reparação às crianças pelos danos que sofreram, aplicar sanções aos responsáveis, mudar certas normas sociais e, eventualmente, evitar este tipo de exploração”, ressaltou a especialista, pedindo que a comunidade internacional estabeleça uma resposta através de um quadro jurídico global e uma cooperação transnacional sustentável.
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