A Dinamarca instaurou um Código Ético da Indústria da Moda, que teve a adesão de 320 empresas do setor, que tem como objetivo garantir o bem-estar das modelos e zelar por uma imagem corporal mais saudável, informou nesta quinta-feira o Instituto Dinamarquês da Moda.
"A indústria dinamarquesa reconhece sua responsabilidade e está preparada para empreender ações coletivas em relação às modelos para melhorar seu bem-estar e fomentar uma imagem corporal saudável e não doentia", afirmou a diretora geral do Instituto Dinamarquês de Moda e da Semana da Moda de Copenhague, Eva Kruse.
Diretora do Instituto Dinamarquês da Moda diz que "a indústria dinamarquesa reconhece sua responsabilidade e está preparada para empreender ações coletivas em relação às modelos para melhorar seu bem-estar e fomentar uma imagem corporal saudável e não doentia". EFE/J.J.Guillén
Segundo Kruse, que ficou feliz com o "extraordinário respaldo" que o Código Ético da Moda recebeu, não faltam na Dinamarca e no exterior "tristes exemplos que mostram que ainda existem problemas com os ideais de beleza criados pela indústria da moda", que induzem à magreza extrema.
Segundo ela, o fato de a indústria da moda aderir a este código ético, que inclui valores e normas explícitas, terá um impacto "muito maior, também em longo prazo, do que o da legislação aprovada pelas autoridades ou as multas que, por exemplo, estavam sendo debatidas na França".
A presidente da Associação Dinamarquesa contra os Transtornos Alimentícios e a Automutilação, Anne Minor, também ficou muito satisfeita com o compromisso da indústria, que assume assim "sua responsabilidade em relação ao ideal de beleza que alimenta".
"Acreditamos que este código marcará uma diferença através, por exemplo, dos exames médicos obrigatórios aos que as modelos deverão ser submetidas, o que consideramos como a solução mais adequada diante dos índices de massa corporal que, indubitavelmente, não são úteis para medir a saúde física e mental", acrescentou.
O diretor-geral da Associação Dinamarquesa de Moda e Têxteis, Thomas Klausen, disse estar "orgulhoso" que tantos integrantes do setor se somem a esta "importante causa", explicada pela tradição de "responsabilidade social" característica da sociedade dinamarquesa em geral, e em particular da sua indústria da moda.
Entre as empresas que assinaram o código ético, apresentado no último dia 3 e que sucede uma primeira versão de 2007, estão grandes marcas dinamarquesas como Bestseller e DK Company, By Malene Birger e Ganni e as oito agências de modelos mais importantes do país, destacou o comunicado do Instituto Dinamarquês da Moda.
Revistas de moda, agências de design e publicidade, escolas de moda, fotógrafos, estilistas e o sindicato de modelos da Dinamarca também rubricaram o código.
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