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sábado, 14 de março de 2015

Recado aos pais: há como prevenir depressão e suicídio nos nossos filhos adolescentes?


JOEL RENNÓ
07 Março 2015

O sexo pode influenciar o impacto de diversos fatores-chave sobre depressão e comportamento suicida em adolescentes (14 a 17 anos), sugere nova pesquisa.
Um estudo transversal com mais de 400 adolescentes mostrou que a desesperança e o enfrentamento não produtivo das dificuldades foram fatores de risco para depressão para as meninas. Por outro lado, o pensamento positivo foi um fator protetor para as meninas, enquanto que a auto-descoberta foi protetora para os meninos.
Fatores de risco para o comportamento suicida para todo o grupo incluíram depressão, desesperança, ou problemas de enfrentamento. Para os meninos, especificamente, o isolamento social ou reclusão foi um fator de risco significativo, ao passo que o apoio dos pares e aceitação eram protetores.
O desenvolvimento de proteção parece importante na presença de condições adversas crônicas, tais como transtornos depressivos, para reduzir a probabilidade de novos episódios, descrevem os investigadores.
A influência do sexo na proteção e fatores de risco torna-se ainda mais relevante para segmentar os fatores diferentes para meninos e meninas em programas de prevenção e de intervenção”, acrescentam os autores do estudo.
O estudo foi um dos seis incluídos em um suplemento especial na edição de fevereiro do Canadian Journal of Psychiatry para avaliar os fatores de proteção do comportamento suicida nessa faixa etária jovem.
Tem sido, infelizmente, frequente a perda de filhos adolescentes por suicídio por pais de todo o mundo e isso é extremamente impactante em toda a família com vários desdobramentos psicológicos. Com certeza, de forma direta ou indireta, todos vocês já se depararam com uma ocorrência trágica de suicídio de um adolescente em suas redes de amigos e familiares.
Os pais precisam saber dos fatores de risco envolvidos tanto para a depressão quanto para o suicídio e principalmente sobre formas diferentes para lidar com os mesmos em meninas e meninos. Meninas desesperançosas e deprimidas têm oito vezes mais risco de suicídio que as não desesperançosas. Há possibilidades do desenvolvimento de estratégias que possam aumentar a resiliência dessas adolescentes ao estresse gerador de depressão, como o foco em pensamentos positivos e correções de cognições disfuncionais. Já para os meninos, é importante que eles estejam engajados e se sintam aceitos pelo grupo e nunca voltados para si mesmos ou isolados e que o mecanismo da autodescoberta seja realizado de uma forma produtiva.
Concluindo, os pais devem ficar atentos aos primeiros sinais de depressão e buscar ajuda imediata quando necessário, sem o pré julgamento errôneo de que tudo faz parte da fase denominada pejorativamente como “aborrecência” pela comunidade leiga. O engajamento de todos os adolescentes em ações de defesa do meio ambiente e atividades espirituais ou sociais construtivas também demonstram ser, segundo alguns outros trabalhos, importantes na construção da autoestima e afirmação do adolescente como pessoa feliz- funcionado como protetores de episódios depressivos.
REFERÊNCIA
Can J Psychiatry. 2015; 60 (2Suppl1): 1-64.

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