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domingo, 15 de novembro de 2015

As mulheres são injustamente julgadas por mostrar muita e pouca emoção

Duas pesquisas mostram que as mulheres são prejudicadas pela forma que as pessoas as veem

06/11/2015 / POR ISABELA MOREIRA*

  (Foto: Wikimedia/Gage Skidmore)(Foto: Wikimedia/Gage Skidmore)

A mulher da foto acima é Kristen Stewart. Ela ficou extremamente famosa em 2008, com o lançamento do filme Crepúsculo. Até ai, tudo bem. Acontece que, desde então, a atriz recebe várias críticas e é ridicularizada por sua suposta "falta de emoções". 

Mas viremos a mesa por um instante. Você consegue se lembrar de algum ator que foi zombado pelo mesmo motivo? Pois é. Essa disparidade de julgamentos foi estudada por pesquisadores da Universidade Humboldt de Berlim, na Alemanha. 

A intenção inicial era, na verdade, estudar a hipótese de as pessoas que fazem uma pausa para pensar antes de responder serem vistas como mais inteligentes por seus interlocutores. E isso realmente é verdade - pelo menos no caso dos homens. "Para as mulheres, no entanto, um padrão oposto apareceu. Elas foram vistas como mais competentes e inteligentes se reagiam imediamente", afirmaram os pesquisadores. 

Em um dos experimentos, a equipe da Universidade Humboldt de Berlim mostrou aos voluntários do estudo fotos com o propósito de deixá-los tristes ou bravos. Após essa etapa, os participantes assistiram a um vídeo que mostrava outras pessoas olhando para as mesmas imagens e reagindo a elas. Vale ressaltar que essa gravação foi manipulada de forma que alguns atores reagissem imediatamente às fotografias e outros não demonstrassem mudanças em suas expressões faciais por alguns segundos. 

Ao fim da sessão, os voluntários tiveram que dar notas para as pessoas sobre vários aspectos, como inteligência e competência emocional, para as pessoas do vídeo. As mulheres que demoraram para reagir ganharam notas baixas nesses dois requisitos, enquanto os homens que apresentaram o mesmo comportamento foram bem nessas mesmas categorias. 

Os pesquisadores chegaram à conclusão de que as mulheres são taxadas como mais emocionais, de forma que, quando não reagem de acordo com esse estereótipo, são consideradas calculistas.

Emoção de menos é considerado um problema. Mas mostrar demais, aparentemente, também é um. Um segundo estudo realizado por duas pesquisadoras das universidades do Estado de Arizona e de Illinois em Chicago, nos Estados Unidos, sugere que quando uma mulher demonstra estar brava durante uma argumentação, as pessoas tendem a ficar menos inclinadas a concordar com elas. Para os homens, o que acontece é o contrário.

"Essas consequências divergentes resultam em mulheres potencialmente terem menos influência em decisões importantes para a sociedade", dizem as autoras Jessica Salerno e Liana Peter-Hagen. 

Para o estudo, as pesquisadoras reuniram 200 estudantes e deram a eles os detalhes de um julgamento ocorrido no ano 2000. Um homem era acusado de cortar o pescoço de sua mulher, o que resultou na morte dela. A defesa afirmava que ele o fez para se defender e que a vítima estava depressiva e se suicidou. Os participantes receberam outros materiais com fotos e depoimentos, de forma que tivessem argumentos para ambos os lados. 

Após estudar os materiais, cada aluno tinha a chance de argumentar sua opinião sobre o veredicto do caso para outros estudantes por meio de um chat virtual. Os logins eram pré-programados, tanto com nomes masculinos quanto femininos. Alguns defensores demonstraram raiva (com expressões como "isso é muito frustrante" e "isso me deixa bravo (a)") e outros nenhuma emoção em suas defesas escritas. 

Quando os usernames femininos faziam comentários ~bravos, o resto dos participantes tendia a não respeitar suas opiniões. 


*Com supervisão de André Jorge de Oliveira

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