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sábado, 21 de novembro de 2015

Fale com eles sobre sexo

Uma boa comunicação com os pais parece tem um efeito protetor sobre o comportamento sexual dos adolescentes

JAIRO BOUER
18/11/2015

A análise do comportamento de mais de 25 mil adolescentes ao longo de 30 anos mostra que conversar com os filhos sobre sexo pode ser uma excelente estratégia para aumentar o uso de camisinha e evitar a gravidez precoce. Uma boa comunicação com os pais parece ter um efeito protetor sobre o comportamento sexual dos adolescentes, de acordo com o levantamento da Universidade Estadual da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, publicado no periódico Jama Pediatrics.

É uma discussão pertinente. O grupo de adolescentes e adultos jovens (menores de 25 anos) é hoje um dos mais expostos ao risco de doenças transmitidas pelo sexo (DSTs). Talvez um dos motivos que aumentam a exposição dos jovens é a disseminação do uso de aplicativos, como Tinder e Grindr. Eles conectam possíveis parceiros sexuais em poucos cliques pelo celular. Já existem estudos que relacionam o uso desses aplicativos ao aumento de casos de DSTs.

De acordo com a Associação Britânica de Saúde Sexual, o uso desses aplicativos está associado ao aumento de casos de sífilis (33%) e de gonorreia (19%) no Reino Unido, em 2014. Se essas DSTs não forem tratadas de forma adequada, elas potencializam o risco de infecção pelo vírus HIV, causador da aids. Em maio deste ano, o Departamento de Saúde de Rhode Island, nos Estados Unidos, apontou um aumento do número de casos de sífilis (79%), gonorreia (30%) e HIV (33%) naquele Estado, no período de 2013 a 2014. Para as autoridades, o uso disseminado dos aplicativos tinha relação direta com essa explosão de DSTs e reflete uma tendência para o país inteiro.

Em setembro, a ONG Aids Healthcare Foundation (AHF) espalhou outdoors pela cidade de Los Angeles relacionando o aumento dos casos de clamídia (outra bactéria que causa DST) e de gonorreia ao uso dos dispositivos móveis. Para a AHF, conseguir sexo se tornou tão fácil quanto pedir pizza por telefone.

Não se pode atribuir a responsabilidade pelo aumento do número de casos de DSTs apenas aos aplicativos, mas também a um comportamento mais liberal em relação a sexo por boa parte da população jovem, bem como uma percepção diminuída dos riscos, com consequente falha no uso de camisinha.

Além do diálogo em casa, é preciso reforçar a educação sexual nas escolas, tornar as campanhas de prevenção mais frequentes e até usar esses aplicativos de encontros sexuais como um canal de informação. São estratégias que se complementam.

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