Mulheres de negócios como Sheryl Sandberg, chefe operacional do Facebook, se uniram para melhorar o sistema judicial de Detroit. Os resultados já começaram a aparecer
13/11/2015 - por Redação Marie Claire
Kym L. Worthy decidiu que todos os kits deveriam ser testados, mesmo os mais antigos
(Foto: Reprodução/Youtube)
Em 2009, uma assistente de promotoria do condado de Wayne County descobriu milhares de kits de estupro empilhados nas prateleiras de uma sala do Departamento de Polícia de Detroit, nos Estados Unidos, por cerca de 30 anos. Os kits são usados para coletar e armazenar provas em DNA obtidas em exames do corpo de delito de vitimas de violência sexual. O material encontrado nunca havia sido levado para investigação.
Com a descoberta, Kym L. Worthy, chefe de gabinete da promotoria do condado de Wayne, soube que todos precisariam ser testados. "Queria tentar trazer justiça para cada uma daquelas vítimas", contou ao jornal "The New York Times".
Mas havia o grande desafio financeiro de 27 milhões de dólares. "Não tínhamos recursos, dinheiro e apoio do condado de Wayne", disse Worthy, que buscou doações em ONG's, grupos, no governo e até na TV para fazer o teste de mais de 10 mil kits.
A empresária Joanna Cline viu Worthy debatendo o tema em um programa de TV e ficou "furiosa" com a situação. Ela enviou um email para cerca de 200 empresários da região para que agissem de alguma forma. Dezenas de cidades acabaram, também, descobrindo kits de estupro que nunca foram analisados, porém elas não estavam na mesma situação crítica de Detroit, que declarou falência em 2013.
Sheryl Sandberg foi uma das empresárias que disponibilizaram recursos para o financiamento (Foto: Reprodução/Facebook)
"Nós provavelmente temos recursos para fazer algo e mostrar que as vítimas importam, mostrar aos acusados que eles não sairão impunes e tornarmos a cidade mais segura", pensava a empresária na época.
Seu email estimulou um pequeno grupo de empresários de Detroit a arrecadarem dinheiro para o teste dos kits. Como a indignação pública cresceu, uma iniciativa público-privada chamada Enough SAID foi criada para solucionar a crise do sistema criminal. A entidade recebeu milhões de dólares de empresárias mulheres para conceder dinheiro para comprar mais kits e contratar outros investigadores. Sheryl Sandberg, chefe operacional do Facebook, foi uma delas.
Os resultados em pouco tempo já começaram a aparecer. Desde a criação da entidade, a promotoria de Detroit identificou 652 suspeitos de abusos sexuais e condenou 27 pessoas. Além disso, 182 casos estão sendo investigados e 1598 estão na lista.
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