Em jantar, atriz portuguesa pede maior compromisso das autoridades; embaixadora do Fundo das Nações Unidas para a População falou à Rádio ONU sobre as práticas nefastas.
01/07/2016
Amatijane Candé, de Bissau para a Rádio ONU em Nova Iorque.
No fim da visita à Guiné-Bissau, a atriz portuguesa Catarina Furtado disse que a mutilação genital feminina está a perder terreno porque mais comunidades têm noção de que a prática pode ser punida.
A também embaixadora de Boa Vontade do Fundo das Nações Unidas para a População, Unfpa, esteve durante uma semana a visitar o país.
Práticas Nefastas
Entre outras atividades, Catarina Furtado participou das filmagens de uma reportagem sobre a mutilação genital feminina e na rodagem do documentário "Príncipes do Nada".
No fim da missão, a apresentadora teve um jantar oferecido pela representante residente da Unfpa na Guiné-Bissau. Membros do governo e representantes da comunidade internacional testemunharam o ato.
Falando à Rádio ONU, da capital guineense, Catarina Furtado contou que pôde acompanhar sobre as práticas nefastas à saúde da mulher e da criança. O destaque foi para a mutilação genital feminina.
Instabilidade Política
"Fiquei bem impressionada. Há um longo trabalho a ser feito, mas há indícios muito claros que as coisas estão a começar a ficar generalizadas, ou seja, a ideia de que é punível hoje por lei que não é possível ser feito está a começar a pairar dentro e junto das comunidades, e isto já é um sinal muito positivo".
A embaixadora disse esperar mais apoios por parte dos parceiros para o combate ao flagelo.
Para Catarina Furtado, os guineenses já estão ganhando consciência de que a mutilação genital é uma violação dos direitos das raparigas, crianças e mulheres.
Investimentos
A atriz portuguesa deixa o país numa altura em que os sinais de instabilidade política continuam ainda bem visíveis.
Furtado defende que se houvesse estabilidade ao longo dos 10 anos que tem visitado ao país, os resultados dos investimentos em diversas áreas estariam mais avançados.
Compromissos
"Levo daqui a convicção de que voltarei e a convicção de que acredito no povo guineense, nas estruturas, nas ONGs que estão aqui a trabalhar em cooperação com as entidades oficiais. É fundamental que as entidades oficiais se apropriem dos projetos e se comprometam a levá-los avante.
A Guiné-Bissau dispõe de uma lei que criminaliza a mutilação genital feminina. Furtado defende que a lei tenha uma penalização efetiva para que produza maiores resultados.
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