Refletir sobre nossas atitudes é entender aquilo que realmente faz sentido para cada um de nós
Paula Abreu
Certa vez, escrevi sobre como deixamos de refletir antes de tomar decisões — muitas delas importantes — na nossa vida. Sobre como muitas pessoas têm um carro sem nunca se questionarem se realmente precisam de um. Ou como casais decidem ter filhos sem avaliar se realmente ter um filho se encaixa no estilo de vida que levam — ou pretendem levar — e no tempo livre de que dispõem. Por conta desses questionamentos, uma leitora me escreveu o seguinte: “Nossa, mas se eu for pensar a cada vez que for tomar uma decisão, não vai ser muito cansativo?”. De fato, começar a fazer escolhas conscientes pode ser um tanto cansativo no começo. Muitas coisas na vida são assim.
Pense em um bebê aprendendo a andar. Ele levanta titubeando, se segura em um móvel e, quando sente que está de pé, se empolga e solta as mãos. Dá um pequeno passo, no máximo dois, e cai. Mas, em seguida, levanta e recomeça. Centenas de vezes. Certamente é cansativo... Até o momento em que não é mais! Vai ficando mais fácil, natural, se transforma em um hábito. A mesma coisa acontece quando aprendemos a andar de bicicleta ou dirigir.
Mesmo que você nunca tenha se dado conta da incrível possibilidade de controlar a sua própria mente, isso não significa que ela nunca foi controlada. Só significa que, até o momento, um outro alguém estava no controle.
Os seus valores, as suas crenças familiares ou culturais, a forma como você se posiciona diante do trabalho ou das dificuldades, dos relacionamentos, o seu desejo de ter coisas, e até mesmo que coisas você deseja ter, tudo isso foi escolhido por você a partir do mundo externo. Se você não controla a sua mente e não escolhe conscientemente a sua vida, nem mesmo os seus desejos são realmente seus.
Para sua felicidade, mudar essa situação está nas suas mãos. A cada novo dia, você tem a oportunidade de refazer as suas escolhas. De rever os caminhos que escolheu percorrer, as coisas, as pessoas, as opiniões e as conquistas a que escolheu dar valor. E ainda os seus conceitos sobre felicidade e sucesso.
Ao fazer isso, talvez descubra que a carreira que você foi pressionado a escolher aos 17 anos não faz mais sentido hoje. Ou que o relacionamento abusivo ou fracassado que você teima em manter para agradar a família não lhe faz bem. Ou que você detesta fazer crossfit, mas treina só porque está na moda, e o que gostaria mesmo é de escalar montanhas nos finais de semana.
Além de rever as escolhas que fez no passado, pode também começar a fazer novas escolhas com mais consciência. Você mesmo. Faça isso. Defina seus desejos. E, dessa forma, descubra seus próprios valores e crenças. Reprograme a sua atitude. Escolha sua vida.
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