O papel das empresas no combate à violência doméstica e suas responsabilidades pela promoção da igualdade de gênero foi tema do 1º Fórum Instituto Vasselo Goldoni, realizado em São Paulo, no fim de abril (25).
A iniciativa teve o apoio da ONU Mulheres por meio do programa “Ganha-Ganha: Igualdade de Gênero Significa Bons Negócios”, desenvolvido em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a União Europeia.
“As empresas precisam ajudar a conscientizar e abrir canais para que suas funcionárias possam falar sobre o tema, para que tenham mais um canal ao qual recorrer”, disse Maria da Penha Maia Fernandes, símbolo da luta contra a violência doméstica no Brasil, e que também participou do fórum.
O papel das empresas no combate à violência doméstica e suas responsabilidades pela promoção da igualdade de gênero foi tema do 1º Fórum Instituto Vasselo Goldoni, realizado em São Paulo, no fim de abril (25).
A iniciativa teve o apoio da ONU Mulheres por meio do programa “Ganha-Ganha: Igualdade de Gênero Significa Bons Negócios”, desenvolvido em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a União Europeia.
O fórum teve como público-alvo funcionários do setores de recursos humanos das empresas, reunindo representantes de algumas das principais companhias do país, como Bradesco, Magazine Luiza, Carrefour, Schneider Eletric e Atento.
Adriana Carvalho, gerente da ONU Mulheres no Brasil para os Princípios de Empoderamento das Mulheres (WEPs, na sigla em inglês), abriu o fórum, ao lado de Regina Célia Barbosa, co-fundadora e vice-presidente do Instituto Maria da Penha.
Adriana apresentou um panorama da situação das mulheres do mundo, destacando que, apesar de serem maioria nas universidades e, em geral, estudarem mais, elas ainda ganham menos que os homens. Ela também abordou os desafios ainda enfrentados por mulheres em muitas empresas – mesmo em países considerados mais avançados na igualdade de gênero.
“Conseguimos avançar, mas para chegar à equidade entre homens e mulheres no ambiente de trabalho ainda é preciso muito esforço. Os profissionais de recursos humanos e as lideranças da companhia em geral têm que realmente estar engajadas nesse processo”, disse Adriana.
Já Regina Barbosa, do Instituto Maria da Penha, discorreu sobre o trabalho da organização para promover ações de enfrentamento à violência contra a mulher, dialogando com a sociedade e exercendo pressão junto às autoridades para que haja o total cumprimento da Lei nº. 11.340/2006 (a Lei Maria da Penha).
Maria da Penha
Símbolo da luta contra a violência doméstica no Brasil, Maria da Penha Maia Fernandes – cuja trajetória foi crucial para a criação da lei -, também participou do fórum.
“Sair de uma situação de violência é difícil. Por isso, o apoio de todos é fundamental. As empresas, como parte da sociedade, têm responsabilidade nesse processo pelo fim da violência contra a mulher”, disse Maria da Penha.
“As empresas precisam ajudar a conscientizar e abrir canais para que suas funcionárias possam falar sobre o tema, para que tenham mais um canal ao qual recorrer”, concluiu.
Uma das principais inovações trazidas pela lei são as medidas protetivas de urgência para as vítimas – como a proibição ou restrição do uso de arma por parte do agressor, a restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor e a proibição de venda ou aluguel de imóvel da família sem autorização judicial (no caso de a vítima ter que sair de casa, por exemplo).
Programação
Da ONU Mulheres, também participou do encontro Carolina Ferracini, gerente de projetos da área de enfrentamento à violência contra as mulheres, que apresentou o marco da ONU de apoio à prevenção das violências contra meninas e mulheres.
Carolina ressaltou que a prevenção das violências de gênero de fato depende de trabalharmos para construir estruturas, normas e práticas sociais que eliminem estereótipos, protejam e reduzam o risco de violência antes que ocorra, ou que protejam e reduzam o risco de violência perpetuada ou recorrente”.
Ferracini lembrou que “é importante mitigar o impacto da exposição das meninas e mulheres aos fatores de risco e que, caso a violência realmente ocorra, garantir em primeiro lugar o acolhimento da vítima, além do seu direito à verdade, à memória e à justiça”.
As apresentações, debates e entrevistas aconteceram ao longo de todo o dia, com participação também de profissionais de recursos humanos. Falaram Daniela Grelin, do Instituto Avon; Patrícia Pugas, diretora de RH do Magazine Luiza; Majo Martinez Campos, diretora-executiva de RH da Atento; Glaucimar Peticov, diretora-executiva do Bradesco; além de especialistas e representantes de instituições de defesa da mulher. A idealização do encontro é de Edna Vasselo Goldoni, do IVG.
O “Ganha-Ganha: Igualdade de Gênero Significa Bons Negócios” é um programa regional da ONU Mulheres, em parceria com União Europeia e OIT, para fortalecer a presença de mulheres no ambiente de negócios e também garantir mais oportunidades a negócios liderados por mulheres – no Brasil, Argentina, Chile, Uruguai, Costa Rica e Jamaica.
O objetivo é promover o intercâmbio entre empresárias e empreendedoras latino-americanas e europeias, fortalecer associações e cooperativas femininas e, sobretudo, aumentar o número de empresas signatárias dos Princípios de Empoderamento das Mulheres.
Entre as ações do programa, está o desenvolvimento de ferramentas de autodiagnóstico oferecidas gratuitamente às empresas para que elas possam melhor compreender sua atuação para igualdade entre homens e mulheres, fortalecendo boas ações e melhores práticas, sempre em diálogo com empresas europeias.
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