Jornalismo de peito aberto
3.maio.2019
A solidão é como assinatura, cada um tem a sua.
Tem a solidão que domingo de manhã joga farelos na praça pra se cercar de outras coisas vivas.
A solidão que arrisca um sorriso pro balconista da padaria.
A solidão que está super feliz em escolher uma poltrona só no cinema.
A solidão que no fim do filme sente falta de ter com quem comentar.
Tem solidão bonita, como um deserto prestes a anoitecer. E tem solidão bagunçada, com a louça suja de 5 dias transbordando da pia. Tem solidão que transborda em páginas, instrumentos musicais e muros. Solidão, que poeira leve, como canta Tom Zé.
O mundo foi ficando cada vez mais colorido e ao mesmo tempo mais cinza. E nossas vidas cada vez mais coloridas e cada vez mais cinzas. Nossos aparelhos emitem milhões de cores, mas não devemos nos esquecer que a pele humana também é touch. Os olhos humanos também são screen. Nosso coração também é portátil.
E nossa capacidade de sentir as coisas é nossa tecnologia mais poderosa. Sentir o tempo e as emoções. Sentir as distâncias e sentir as ausências. Porque entendemos a ausência, entendemos a presença. A dos outros e a nossa.
O Mamilos desta semana é sobre tudo isso, e para debater o assunto contamos na mesa com Deborah Suchecki, professora do departamento de Psicobiologia da USP, e Viviane Mosé, mestre e doutora em filosofia pelo Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ.
Vem com a gente e dá o play neste Mamilos!
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