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segunda-feira, 17 de dezembro de 2012


Infância sustentável

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A cartilha Consumismo infantil: na contramão da sustentabilidade foi produzida pelo Ministério do Meio Ambiente – MMA em parceria com o Instituto Alana como parte de um programa que, em janeiro, ganhará corpo com a formação de um Grupo de Trabalho Interministerial composto, além do MMA, pelos ministérios da Saúde e da Educação e pelas secretarias de Direitos Humanos e do Consumidor. O objetivo é coordenar ações e trabalhar questões que vão da obesidade infantil ao descarte de lixo, da troca de brinquedos à publicidade infantil.
Segundo a coordenadora de mobilização do Instituto Alana, Gabriela Vuolo, a cartilha tem como objetivo orientar pais e educadores a abordar, no dia a dia das crianças, ideias que freiem excessos e hábitos poucos saudáveis. “O consumismo não é um problema de um motivo só. Os pais têm um papel importante de estabelecer limites e dar exemplos, para não levar os filhos a uma lógica consumista sem perceber. A publicidade também tem um papel muito importante nesse contexto. Pesquisas mostram que até 12 anos de idade as crianças não diferenciam a publicidade da programação. Essa vulnerabilidade tem que ser respeitada”, afirmou.
Para Samyra Crespo, secretária de Articulação Institucional do MMA, o tema, embora de grande relevância, vem sendo tratado de maneira isolada pelos ministérios. “O da Saúde trabalha no combate à obesidade infantil, com acordos para redução de sódio nos alimentos, por exemplo; o MEC trabalha, no ensino fundamental, educação para alimentação saudável; a Secretaria de Direitos Humanos, políticas afirmativas pelo bem estar da criança e contra o uso abusivo da propaganda e por aí vai. O que queremos com o grupo é trabalhar de maneira estruturada, com integração”, explicou.
Na avaliação da secretária, o tema da sustentabilidade ganhou grande aderência nas políticas públicas com a Rio+20 e, apesar do desafio ainda ser enorme, é visível o avanço que houve desde a primeira conferência do meio ambiente, a Rio 92. “A população adulta, que discutiu esse tema nos bancos escolares, hoje tem outra sensibilidade em relação às questões ambientais. Mas o tema ainda é um pouco quebra-cabeça para essas pessoas, que se preocupam com a natureza, mas como agem dentro de casa? Queremos é aproximar as realidades e deixar esse cidadão mais íntegro” disse.
A secretária nacional de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente, Angélica Goulart, destacou a possibilidade que a infância representa para uma real transformação de cultura. “Elas [as crianças] estão muito mais abertas ao mundo, prestam mais atenção e observam as regras, afinal elas são chamadas o tempo todo a fazê-lo. Se durante a infância propiciamos uma experiência viva nessa direção, teremos adultos mais sensíveis, mais respeitosos”, afirmou.
Já para Ana Wilheim, diretora executiva do Instituto Akatu, a formação de um grupo de trabalho para abordar o tema do consumismo infantil é de extrema importância. “No geral, as políticas públicas fragmentam as crianças. É preciso tratá-las de forma integral com vistas às necessidades que têm e considerando que elas estão em desenvolvimento. E o consumo tem sido fonte de uma ansiedade pelo ‘ter’ que nunca se satisfaz e se reflete na obesidade, em doenças psíquicas. É na escola, na convivência do coletivo, que se resgata valores como compartilhar, trocar e estimular o criativo. E a criança acaba contaminando o adulto. A questão é que o modelo atual não está trazendo felicidade, mas doença”, avaliou.
Segundo Juliana Pereira, secretária Nacional do Consumidor, passamos por um momento de ampliação do acesso ao consumo. “Por isso, é preciso construir consciência desse consumo e exigir do mercado que ofereça possibilidade para que o consumidor exerça esse engajamento”, afirmou.
Com informações do jornal O Globo

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