Madri, 2 jan (Prensa Latina) Os dois principais partidos de oposição da Espanha pediram hoje a retirada de um anteprojeto de lei que restringiria o aborto e, em opinião de agrupamentos de mulheres, significaria um atraso de 30 anos para o país.
Soraya Rodríguez, porta-voz do Partido Socialista Operário Espanhol, anunciou que essa organização registrou hoje oficialmente a convocação de um pleno parlamentar para analisar a proposta do governo conservador de Mariano Rajoy.
Rodríguez, que qualificou a iniciativa de atentado contra a democracia, demandou também que em caso de se votar a proposta, se faça mediante o voto secreto para permitir aos deputados do dirigente Partido Popular (PP) se manifestarem livremente.
Com boatos de inconformidade pela iniciativa dentro do mesmo PP, recordou que dirigentes desse partido convocaram seus deputados a apoiar a proposta para cumprir com as promessas eleitorais às que se comprometeram.
A respeito, Rodríguez perguntou-se por que um governo que desde o primeiro momento descumpre o programa eleitoral agora pede a seus deputados que o cumpram, quando se trata de atentar contra os direitos e liberdades das mulheres.
Coincidentemente, o deputado de Esquerda Unida Gaspar Llamazares pediu que comparecessem em comissões do Congresso de Deputados dos ministros de Justiça e Previdência, Alberto Ruiz-Gallardón e Ana Mato, respectivamente, para explicar a iniciativa.
Llamazares afirmou que se trata de uma contrarreforma retrógrada, obscurantista e inquisitorial que deve ser objeto de transformação dantes de ser submetida ao congresso, pois afeta a sociedade espanhola.
A proposta só permitiria o aborto em caso de estupro ou perigo para a vida nas primeiras semanas de gestação e não inclui outras causas, como a malformação do feto.
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