Você sofre por antecipação? Acorda cansado? Não tolera trabalhar com pessoas lentas? Tem dores de cabeça ou muscular? Esquece-se das coisas com facilidade?
Se você respondeu "sim" a alguma dessas questões, parabéns. Ganhou uma nova síndrome na sua vida. Trata-se da SPA, Síndrome do Pensamento Acelerado, considerada pelo psiquiatra e psicoterapeuta Augusto Cury o novo mal do século, pior ainda que a depressão.
Cury, que já vendeu mais de 20 milhões de livros no Brasil, fala sobre a tal SPA na sua nova obra, "Ansiedade: como enfrentar o mal do século" (Editora Saraiva).
Ele diz que o excesso de informação, de uso de smartphones e games, de trabalho intelectual e de atividades diárias estimulam fenômenos cerebrais e inconscientes que acessam a memória com uma velocidade nunca vista. O pensamento rápido demais e sem gerenciamento gera a ansiedade e o sofrimento por antecipação. Com isso, a emoção perde em qualidade, estabilidade e profundidade.
Sim, é mais um livro de autoajuda, que inventa um nome diferente para um tema bem conhecido e recorrente nas nossas vidas: a ansiedade. Apesar das obviedades, não vou detonar o livro.
Deixo isso para os críticos literários de plantão.
Na verdade, acho ótimo que Augusto Cury dissemine e popularize conceitos de qualidade de vida. Uma das dicas que ele dá para o alívio do sofrimento por antecipação é nos treinarmos para dar um choque de lucidez em cada pensamento perturbador.
A proposta é afastar cada ideia que vá gerar um sofrimento por antecipação. "Devemos pensar no futuro apenas para traçar metas. Não devemos sofrer por antecipação. Não podemos dispensar o presente, único momento que temos para ser estáveis e felizes", diz.
Uma das técnicas que ele ensina é reciclar duas importantes características de personalidade, que ele chama de agiota da emoção e o autoagiota. O primeiro é aquele que se doa para os filhos, familiares, colegas e parceiros, mas cobra caro a fatura, pressionando e controlando os outros. O segundo é aquele que cobra demais de si mesmo, aumentando demais o nível de exigência para ser feliz.
Cury também diz que precisamos conversar com os nossos fantasmas, duvidar das ideias perturbadoras, resgatar a liderança do seu eu e se determinar a ser feliz. Então, menos sofrimento por antecipação e mais momentos felizes em 2014!
Cláudia Collucci é repórter especial da Folha, especializada na área da saúde. Mestre em história da ciência pela PUC-SP e pós graduanda em gestão de saúde pela FGV-SP, foi bolsista da University of Michigan (2010) e da Georgetown University (2011), onde pesquisou sobre conflitos de interesse e o impacto das novas tecnologias em saúde. É autora dos livros "Quero ser mãe" e "Por que a gravidez não vem?" e coautora de "Experimentos e Experimentações". http://folha.com/no1391417
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