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sexta-feira, 8 de julho de 2016

Glória Maria fala sobre racismo em programa de televisão: 'O preconceito não se supera'

HuffPost Brasil  |  De Ana Beatriz Rosa
Publicado: 07/07/2016

Glória Maria foi uma das convidadas de Marília Gabriela na última edição do TV Mulheres, programa do Canal Viva. Na entrevista, a jornalista falou sobre o racismo do qual é alvo ainda hoje, apesar de ser uma figura pública no país.

Ela disse que, dos lugares do mundo em que frequenta seja por conta do trabalho ou da vida pessoal, o Brasil é onde ela se sente mais desconfortável quando o assunto é o preconceito.

"Tem as olhadas, porque as pessoas não estão acostumadas a ver negros de maneira geral em lugares que geralmente são destinados aos brancos, em restaurantes chiques, lugares bacanas e tal. Mas aqui no Brasil há [o preconceito] em qualquer nível."

Mesmo depois de 45 anos trabalhando na maior emissora do país, Glória Maria disse ter a necessidade de provar a sua capacidade a todo o momento: “Preciso provar que sou uma jornalista de talento, porque do contrário você é sufocado de uma maneira que não imagina."

A repórter carioca já passou dos 60 anos. A maturidade mudou também a sua forma de lidar com essas questões. Ela argumentou que o racismo é "uma coisa que não termina", mas que tem "várias faces".

"Hoje, a coisa é bem mais sutil. É mais elaborada porque eu também sou uma pessoa mais elaborada. Então, o preconceito é muito mais grave, porque atinge pontos que antes não atingia. Quando você é jovem e sofre isso, você sofre de coração aberto e acha que vai superar. Quando você chega na idade que estou, no momento que vivo, aí você tem certeza absoluta que é uma coisa que não se supera e não se acostuma."

E continuou:

"Passei a minha vida tentando uma defesa, e depois percebi que era inútil, porque da única coisa que preciso me defender é minha dor. Não posso me defender de ninguém. Primeiro, você precisa entender. Até eu entender, era só dor. Depois que comecei a ler, estudar, fazer terapia, aí não era nem uma revolta, era uma conscientização e necessidade de tentar mudar a situação."

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