O Bruno, o cara por trás do Pai tem que Fazer de Tudo, tem uma história boa pra te contar
27 de Dezembro de 2018
"Olá. Eu sou o Bruno, pai do Samuel ..."
E dou uma pausa de uns quinze segundos. Sempre faço isso no início das minhas palestras. Depois falo que sou criador da Comunidade Pai Tem Que Fazer de Tudo, publicitário, gestor.
Conheci a Tê na faculdade em 2004. Éramos da mesma sala. Com o tempo, meu coração começou a bater diferente. Minha primeira paixão! Depois de muito tempo com ela me chamando de "irmão" e eu indo chorando pra casa, consegui conquistar o coração dela. Ufa!
Começamos a namorar em 2005, nos casamos em 2009 e já em 2011 passamos a tentar ter filhos.
O processo para ter filhos
Tentamos... tentamos e percebemos que tinha algo errado. Normalmente, a mulher já seria a “vitima” das desconfianças e logo seria alvo de uma pancada de exames. Mas, busquei investigar o meu corpo e logo veio o resultado. Meus espermatozoides são malucos, defeituosos e lerdos. Com esse diagnóstico, as chances de termos filhos era remota.
Durante o ano de 2011, procurei diversos médicos, tomei uma pancada de remédios, fiz diversos espermogramas para ter segundas e terceiras e quartas opiniões, mas depois deixei de ser bobo. “Sou eu de novo”. Até que, no final do referido ano, entre o Natal e Réveillon, o teste de farmácia deu positivo!
Estávamos grávidos!
Muita festa e gritaria nos dias que se seguiram, claro. Mas as semana se passaram e acabamos perdendo o bebê.
Não ficamos reclamando, mas o sofrimento é eterno, né? Digo, com o tempo, aprendemos mais com o que aconteceu.
No ano de 2012, após o corpo da Tê se recuperar, voltamos às tentativas. Depois de inúmeros testes de farmácia, pressão, angústia... exatamente um ano depois do primeiro teste positivo, o filme se repetiu.
Grávidos novamente!
Foi um alívio e tensão ao mesmo tempo, pelo medo de tudo se repetir.
Oi, Samuel
O Samuel nasceu no dia 10 de agosto de 2013, às 08h29, aqui em Belo Horizonte, Minas Gerais. 2,900 Kg de muita fofura. Chorava e gritava como um leão. Tinha um defeitinho perto da orelha esquerda. Nosso sinal de que aquele era o nosso príncipe.
Pai tem que Fazer de Tudo
Contei toda esta história porque faz parte da minha missão!
O Pai tem que Fazer de Tudo é uma Comunidade criada e iniciada no dia 19 de fevereiro de 2015. O objeto era quebrar a cultura de que o pai é ajudante de mãe, coadjuvante de uma cuidadora já mega sobrecarregada.
Ressalto que me incomodava demais os vídeos no YouTube em que grandes enfermeiras davam dicas de saúde, ou nutricionistas passando receitas deliciosas de papinhas “conversam” somente com as mamães. Fora os cursos de gestantes e locais públicos! Tudo pensado na mãe que cuida e os pais pagadores de contas.
Nada voltado para mim. Um pai!
Com esta angústia, decidi começar a escrever. Colocar minhas vivências, dificuldades, dores e felicidades para fora. Os textos foram ganhando destaque inicialmente no Facebook, depois Instagram, vídeos no YouTube. Milhares de seguidores e grande engajamento. Muitas mensagens de mulheres desabafando de madrugada, mães mandando fotos dos maridos, pais que fazem de tudo e os próprios papais enviando seus relatos
Lindos.
Parei e pensei: "a parada é mais seria do que que imaginava. Achei a minha forma de mudar o mundo!".
A Comunidade acabou virando um guarda-chuva do bem. Faço palestras em eventos, empresas e executo os meus destaques para o Tribunal de Contas de Rondônia (região onde grande parte dos “pais” não assinam a certidão de nascimento). Dar diversas entrevistas e virar referência para falar ou indicar outras histórias. Não falo tudo isso por vaidade, e sim por ver a mensagem sendo propagada.
A Patrulha Pai Tem Que Fazer de Tudo
Outro braço é a Patrulha Pai Tem Que Fazer de Tudo, que visa mudar os locais públicos. Ser ativo e intermediar mudanças. Já agilizei reformas de Espaços Família de shoppings, onde o fluxo de pais e mães estavam sendo direcionados ao banheiro feminino. Troquei uma placa de uma multinacional varejista que indicava Espaço Materno. Interagi e virou Espaço Família. Uma mudança de placa indicativa em um shopping em Salvador. Recebendo fotos de todos os pontos do Brasil e algumas do mundo.
O que quero dizer com tudo isso? É que dá pra fazer.
Hoje, tenho um livro publicado para propagar a mensagem e até mesmo eternizar tudo que já foi feito. Meu carro virou um Espaço Família Móvel, para chamar a atenção e executar apoio aos eventos. Faço parte do movimento da ONU chamado HeForShe (no comitê de BH) e intermediei a tramitação da Lei dos Fraldários (464/2017 - Vereador Wendel Mesquita), com o objeto de obrigar os espaços públicos a terem Fraldários no banheiro masculino, ou nos espaços destinado às pessoas com deficiência.
Corri atrás e consegui um encontro com o Prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil. Após, passar pelos dois turnos na câmara (eu estava lá no plenário), o mesmo tem a autoridade de vetar ou aprovar. Pela nossa reunião, estive com ele, a proposta será vetada, pois não podemos obrigar os comerciantes em crise assumir mais este gasto. Ele propôs criar uma campanha de comunicação gigante para conscientizamos os comerciantes. Quem tiver visão faz. Quem não, basta que a população reaja! Não ir mais.
Conseguimos, também, viabilizar um encontro meu com as associações dos comerciantes para eu defender a ideia. Temos um acordo verbal. Confio e vou lutar até o fim! Palavra é palavra!
Conto com eles e com vocês! Vamos fazer mais ações práticas e concretas para uma paternidade mais ativa.
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