Empoderar as mulheres para que participem integralmente de todos os setores da economia e em todos os níveis de atividade econômica é essencial para:
• Construir economias fortes;
• Estabelecer sociedades mais estáveis e justas;
• Atingir os objetivos de desenvolvimento, sustentabilidade e direitos humanos internacionalmente reconhecidos;
• Melhorar a qualidade de vida para as mulheres, homens, famílias e comunidades e
• Impulsionar as operações e as metas dos negócios.
Alguns exemplos de recentes estudos que corroboram com os itens acima são:
• O poder da paridade: Como fazer avançar a igualdade de gênero pode adicionar US$ 12 trilhões ao crescimento mundial1, da Mckinsey & Co;
• O Progresso das Mulheres no Mundo 2015-2016 – Transformar as economias para realizar direitos2 - , da ONU Mulheres;
No entanto, assegurar a inclusão dos talentos, habilidades, experiências e energia das mulheres requer ações afirmativas e políticas públicas. Os Princípios de Empoderamento das Mulheres fornecem um conjunto de considerações que ajudam o setor privado a se concentrar nos elementos-chave para a promoção da igualdade entre homens e mulheres no local de trabalho, no mercado e na comunidade.
Assegurar a perspectiva de gênero em políticas e operações existentes, assim como gerar novas políticas e estratégias para a igualdade de gênero, requer técnicas, ferramentas e práticas. O Pacto Global das Nações Unidas (UNGC) e a ONU Mulheres elaboraram, em um processo consultivo internacional que incluiu várias partes interessadas, uma “perspectiva de gênero” por meio da qual os negócios podem investigar e analisar as atuais iniciativas, metas e práticas de elaboração de relatórios.
Baseados em práticas empresariais reais, os Princípios ajudam as empresas a adaptar as políticas e práticas existentes — ou a estabelecer outras novas — para concretizar o empoderamento das mulheres.
Os Princípios também consideram os interesses dos governos e da sociedade civil e apoiam as interações com as partes interessadas, uma vez que alcançar a igualdade de gênero requer a participação de todos e todas. Enquanto líder na igualdade de gênero e empoderamento das mulheres, a ONU Mulheres traz mais de três décadas de experiência4 para esse esforço.
Já o Pacto Global das Nações Unidas é a maior iniciativa mundial de cidadania corporativa, contando com a participação de mais de 12.000 signatários sendo 8.000 empresas em mais de 170 países.
Num mundo cada vez mais globalizado e interligado, a utilização de todos os ativos socioeconômicos é crucial para o desenvolvimento dos negócios e sustentabilidade do planeta. No entanto, apesar dos progressos, as mulheres continuam a enfrentar a discriminação, marginalização e exclusão, ainda que a igualdade entre homens e mulheres seja um preceito internacional universal, um direito humano fundamental e inviolável.
Quase todos os países têm afirmado esse valor ao reconhecerem as normas contidas nos tratados internacionais de direitos humanos, que articulam, para os Estados, uma variedade de direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais.
Vários documentos destacam uma gama de responsabilidades do Estado e proteções de direitos humanos para as mulheres, afrodescendentes, povos indígenas, crianças, trabalhadores, trabalhadoras e as pessoas com deficiência. Adicionalmente, documentos internacionalmente reconhecidos, tais como a Declaração e Plataforma de Ação de Pequim5, adotada por 189 países participantes da 4ª Conferência Mundial da Mulher, em 1995, e a Declaração do Milênio6, adotada por 189 países em 2000, contribuem para a estrutura abrangente dos direitos humanos.
Em 2015, o processo Pequim+20 avaliou as políticas adotadas pelos países para promover o empoderamento das mulheres e a 70ª Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou os Objetivos de Desenvolvimento do Sustentável (ODS), conjunto de 17 metas para os próximos 15 anos.
Nesse momento de reavaliação dos avanços sociais em escala global, também foi propícia a inauguração da Década Internacional de Afrodescendentes7, uma iniciativa mundial da ONU que propõe avançar, de 2015 a 2024, em diferentes aspectos, a participação econômica e os direitos humanos das mais de 200 milhões de pessoas que se identificam como afrodescentes
nas Américas, além de muitas mais que
vivem em outros lugares do mundo.
Essas normas internacionais iluminam
a nossa aspiração comum por uma vida
em que as oportunidades estejam abertas
a todos e todas. Um mundo em que as
pessoas possam viver livres de violência,
ter amparo legal e confiar que os Estados
cumpram as suas obrigações de respeitar
e proteger os direitos humanos das mulheres, homens e crianças e de fornecer
serviços governamentais apropriados, tais
como a educação e a saúde.
Essas convenções fundamentam as legislações e ajudam a moldar valores comuns,
adotados por instituições de todo o mundo. As lideranças empresariais, trabalhando em parceria com os seus governos,
organizações não governamentais e as
Nações Unidas, procuram aplicar essas
normas internacionais que garantem os
direitos do indivíduo por meio das políticas
e programas especialmente concebidos
para esse fim. O seu compromisso corporativo, articulado na missão da empresa e
divulgado em relatórios sobre políticas e
práticas, é um testemunho do crescente
reconhecimento da importância destes
valores para os negócios e as respectivas
comunidades.
Embora muito se tenha conseguido através da integração dos princípios e ações
sobre responsabilidade corporativa, diversidade e inclusão, ainda não se atingiu
participação equilibrada das mulheres
nos distintos postos de trabalho – desde
a presidência da empresa até o chão da
fábrica e a cadeia de suprimentos. Uma
série de estudos da ONG americana Catalyst8
, que desenvolve diferentes frentes
de trabalho em prol da criação de ambientes de trabalho inclusivos para homens e
mulheres, aponta o impacto positivo que
a presença de mulheres na alta liderança
pode gerar nos resultados de negócios. O
estudo “Mulheres Importam: Um motor de
desempenho corporativo”, da McKinsey &
Co9
, indica a competitividade que a empresa ganha em diferentes áreas ao promover
a igualdade de gênero. Esses são apenas
alguns dos estudos que, nos últimos tempos, vêm endossando a visão de que a
igualdade de gênero ajuda os negócios a
obter melhor desempenho e reconhecem
que os interesses individuais e coletivos
podem ser conjugados10.
A ONU Mulheres, o Pacto Global, outras
agências das Nações Unidas, o Banco
Mundial e o Fórum Econômico Mundial
também produzem com frequência estudos que são referência para a comunidade
internacional sobre o tema. Neles, sempre surgem novos indicadores apontando
nessa direção. Os governos também reconhecem que a inclusão das mulheres conduz ao desenvolvimento de diferentes esferas. Para avançar a passos mais largos e
alcançar os Objetivos do Desenvolvimento
Sustentável em 2030, os planos nacionais
de desenvolvimento socioeconômico precisam incluir ações em direção à igualdade
de gênero. Num ambiente político, social e
econômico globalmente interdependente,
as parcerias desempenham um papel de
progressiva importância para:
• Criar um ambiente de negócios ativo, envolvendo uma ampla parceria
de grupos de interesse, facilitadores,
colaboradores e inovadores que gere
oportunidades equitativas para as
mulheres e os homens; e
• Permitir a participação ativa e interativa de governos, de instituições
financeiras internacionais, do setor
privado, de investidores, de organizações não-governamentais, da academia e das associações profissionais
para que trabalhem em conjunto.
Em parceria, a ONU Mulheres e o Pacto
Global das Nações Unidas propõem os
Princípios de Empoderamento das Mulheres, confiantes de que a sua utilização
como um roteiro inspirador, direcione os
esforços para que as mulheres sejam integradas em todos os níveis. Igualdade
significa, de fato, negócios.
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