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segunda-feira, 15 de abril de 2019

Instituto de Matemática tem grupo de mulheres para a promoção da igualdade de gênero - Em 30/05/2019 será a palestra da Dra Lucélia Braghini, psicodramatista do SOS Ação Mulher e Família

Autor Patricia LaurettiFotos Antoninho PerriEdição de imagem Luis Paulo Silva


Professora Anne, com blusa vermelha, um dos braços levantados, gesticulando durante entrevista no saguão do Imecc
Uma das coordenadoras do Grupo Elza, a professora Anne Bronzi

Quando um colega de trabalho insiste em tocá-la de alguma forma durante a conversa, quando um colega de sala ou de curso diz coisas como “você conseguiu passar só porque é mulher” ou quando um professor afirma “a lógica das mulheres é diferente”, quando isso acontece, não se engane, você está diante de uma postura machista. Com o objetivo de evitar esse tipo de constrangimento foi criado no Instituto de Matemática Estatística e Computação Científica da Unicamp (Imecc) o Grupo Elza, com o planejamento de várias ações. Uma delas foi a palestra “Mulher e trabalho na contemporaneidade" proferida pela advogada e pesquisadora do NETSS - Núcleo de Estudos Trabalho, Saúde e Subjetividade da Faculdade de Educação da Unicamp, Thaissa Rocha Proni.
A advogada trouxe dados de uma pesquisa recente, divulgada pelo Instituto Avon, sobre a resistência das pessoas ao diálogo sobre o feminismo. O levantamento, feito com 9.000 pessoas de diferentes cidades, apontou que 80% dos entrevistados que se consideram contra o feminismo não querem conversar com quem pensa diferente. A conclusão do estudo é a de que a simples omissão de termos como feminismo, machismo, masculinidade tóxica, patriarcado, equidade, cultura de estupro ou gênero, pode facilitar a construção de pontes.
Thaissa também lembrou que as mulheres não são minoria no país e sim correspondem a 51,6% da população brasileira. Ela destacou que os dois grandes campos de luta para as mulheres são o combate à violência doméstica e a promoção da igualdade no trabalho, tema da palestra.

A palestrante Thaissa fala ao microfone no palco do auditório do Imecc, atrás um telão
A palestrante Thaissa Rocha Proni, no auditório do Imecc: pesquisa sobre o diálogo sobre feminismo

Segundo a pesquisadora, embora amparadas pela lei, as mulheres não vivem as mesmas realidades que os homens no ambiente de trabalho. Ocupam menos de 40 por cento de cargos gerenciais, embora sejam a porcentagem mais bem qualificada.
A representação política também deixa muito a desejar, não chega a 11 por cento das cadeiras na Câmara dos Deputados, segundo dados de 2017. Em compensação no trabalho doméstico e/ou cuidado de pessoas, as mulheres dedicam, semanalmente, em média 8,6 horas a mais.
A palestrante concluiu que a mudança nesse cenário pode se dar com o desenvolvimento de mecanismos eficientes que conduzam a uma mudança cultural no mercado de trabalho, “obrigando as empresas e as instituições públicas a não apenas cumprirem a legislação, mas promoverem medidas efetivas de promoção da igualdade de remuneração e oportunidades”.
Elza
O nome do grupo foi inspirado em três Elzas: Elza Gomide foi a primeira doutora em Matemática no Brasil; Elza Berquó, demógrafa, e a cantora Elza Soares por sua história. Instituído há um ano depois de um episódio de assédio envolvendo um ex-aluno do Imecc, o grupo faz um trabalho constante de combate ao preconceito e aos abusos contra a mulher e também de valorização e incentivo para a carreira acadêmica, sobretudo na área de exatas que historicamente tem baixa adesão de mulheres.
No Imecc por exemplo as mulheres correspondem a apenas vinte por cento do quadro de docentes, 36% dos alunos de graduação e 28% dos alunos de pós-graduação, de acordo com dados da professora Anne Bronzi, uma das coordenadoras do grupo Elza. Uma das ações de incentivo e permanência das mulheres na matemática é um ciclo de palestras que está sendo preparado com pesquisadoras do Imecc, convidadas a contar sobre seu trabalho e trajetória de vida. (veja a programação).
O Grupo Elza também está elaborando um manual de boa conduta e situações a serem evitadas que já, mesmo em formato preliminar, apresentado aos calouros. “Ainda pretendemos trabalhar em campanhas via e-mail e cartazes, num trabalho constante de conscientização já que recebemos novos alunos, funcionários e docentes praticamente durante todo o ano. Como formamos profissionais que vão atuar na sociedade em breve nossa ideia é que eles levem adiante as informações e possam contribuir com uma sociedade melhor”, afirmou.

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