Tráfico de europeus está a aumentar
Pessoas mais vulneráveis da União Europeia são alvo das redes de tráfico modernas, sobretudo da Bulgária e Roménia
A comissária europeia do Interior, Cecilia Malmstrom, disse, nesta segunda-feira, que «cada vez os europeus são mais vítimas» do tráfico de pessoas, que «tem aumentado nos últimos anos», no espaço da União Europeia (UE).
Durante uma intervenção numa conferência sobre direitos humanos e tráfico de pessoas, organizada em Bruxelas pela Comissão Europeia e pelo Centro Europeu de Jornalismo, a comissária confirmou que as pessoas mais vulneráveis da UE estão a converter-se num alvo das redes de tráfico modernas, sobretudo originárias de Bulgária e Roménia.
«Homens, mulheres e crianças estão a ser vendidos para trabalho sexual ou forçado, na agricultura, na construção ou na indústria têxtil. Também estão a ser forçados a casar-se ou a realizar trabalho doméstico, e até a doar órgãos», denunciou.
Steve Harvey, chefe de operações da Europol (polícia europeia), confirmou que o tráfico de pessoas tem aumentado na UE e responsabilizou, em parte, o «ambiente económico atual».
«Os traficantes sabem que a venda de um menor lhes pode render entre 30 a 40 mil dólares num par de meses e a de uma mulher que se dedique à prostituição uns 50 mil dólares», concretizou.
O responsável da Europol, também orador na conferência, reconheceu que a ausência de fronteiras dificulta o controlo do tráfico de pessoas na UE e que as vítimas são originárias, em grande parte, de Bulgária e Roménia, mas também da China.
Cecilia Malmstrom realçou que o tráfico não afeta ambos os sexos de igual forma, havendo um predomínio de vítimas do sexo feminino (79 por cento, entre 2008 e 2010).
A exploração sexual é o destino principal das pessoas traficadas (75 por cento dos casos).
A UE «está no bom caminho», mas «ainda há muito por fazer», sublinhou Malmstrom.
Só em abril de 2013, todos os Estados-membros terão integrado na legislação nacional a diretiva comunitária sobre proteção, assistência e apoio a vítimas de tráfico, aprovada em 2011, lembrou a comissária.
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