No Chile, ministra Eleonora indica avanços para fóruns da América Latina
Na presidência de reunião da Cepal, no Chile, ministra Eleonora (centro) abre os trabalhos do encontro Foto: Nei Bomfim/SPM |
Como presidenta da 48ª reunião da mesa diretora da Conferência Regional sobre a Mulher da América Latina e Caribe, ministra brasileira sensibiliza plenário para desafios colocados aos países para garantia dos direitos das mulheres
“Juntas temos conseguido avançar na promoção dos direitos das mulheres e na igualdade de gênero em nossos países e na região, marcando posições avançadas em diferentes fóruns internacionais”, apontou a ministra Eleonora Menicucci, da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR). A declaração foi um dos pontos altos do discurso realizado, nessa quarta-feira (07/11), na solenidade de abertura da 48ª reunião da mesa diretora da Conferência Regional sobre a Mulher da América Latina e Caribe, no Chile.
Como presidenta da reunião, Menicucci considerou que é preciso avançar nos direitos das mulheres em dois fóruns internacionais, no próximo ano: 1ª Conferência Regional sobre População e Desenvolvimento da América Latina e Caribe, que acontece no início do segundo semestre no Uruguai, e 12ª Conferência Regional sobre a Mulher da América Latina e Caribe, que ocorre em outubro em Santo Domingo.
“Temos de preparar nossos governos, temos de preparar nossas delegações. Temos de consolidar ou criar, onde não existem, mecanismos internos, a exemplo de Comissões Nacionais de População e Desenvolvimento, que abriguem transversalmente as discussões e posições sobre os temas em debate”, frisou a ministra brasileira. Ela citou a recente reestruturação da Comissão Nacional de População e Desenvolvimento, no Brasil, para que o país possa responder às metas acordadas na Conferência do Cairo.
A ministra Eleonora citou o processo de construção do posicionamento brasileiro, em que a Comissão se depara com realidades desafiadoras na área de novas tecnologias da informação e comunicação. “Em 2002, tínhamos 14 milhões de pessoas com acesso à internet em nosso país, seja em casa, no trabalho ou em lan houses e locais públicos. Dez anos depois, em 2012, esse número passou para 83.4 milhões. Se compararmos os usuários e usuárias ativos, em casa e no trabalho, em 2002 eram 9.8 milhões, passando a 48.3 milhões em 2012. Outro dado importante para nós é que, da população idosa com mais de 50 anos que fazem uso de internet, mais de 51% são mulheres”, disse.
Avanço nas propostas – Na avaliação acerca da movimentação política na América Latina e Caribe, a ministra brasileira salientou: “nos chama a atenção o desconhecimento ainda bastante grande, de parte dos representantes de nossos países, em relação aos instrumentos internacionais de promoção dos direitos das mulheres”.
E fez o alerta sobre as possibilidades de retrocesso nos direitos das mulheres. “Nos chama também a atenção, em alguns momentos, a tentativa de nos fazerem recuar, em relação a direitos duramente conquistados. Temos de estar atentas para esses movimentos. Preparar nossos governos e as nossas delegações para que participem ativamente de todo
o processo de construção dessas Conferências e, em especial, das negociações dos documentos que delas resultam, é tarefa que nos cabe agora”, conclamou a ministra Eleonora, como presidenta da 48ª reunião da mesa diretora da Conferência Regional sobre a Mulher da América Latina e Caribe.
Ela animou as delegações ao vislumbrar o resultado do esforço após a mobilização pró-direitos das mulheres nas conferências de 2013. “Com isso, temos a certeza, nossa região mais uma vez se destacará no mundo como uma região que avança a passos largos na consolidação da democracia, na promoção da igualdade de gênero e na promoção dos direitos humanos, incluindo entre esses a saúde sexual e reprodutiva e os diretos sexuais e reprodutivos, de todas as mulheres, seja da cidade, do campo e da floresta”, projetou Menicucci.
Eleições Brasil e EUA – A participação de temas de interesse das mulheres e o papel delas nos processos eleitorais do Brasil e dos Estados Unidos foram abordados pela ministra brasileira na abertura dos trabalhos da reunião da Cepal.
Ela ressaltou que houve um ganho positivo pelo fato de “a eleição municipal no Brasil, da qual participei ativamente, conseguimos, de alguma maneira, manter a laicidade no debate”. E enfatizou o caráter decisivo do voto feminino nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, em que “a estratégia dos democratas de colocar mais mulheres como candidatas levou a um número recorde de senadoras eleitas (embora poucas ainda) e o voto feminino foi determinante para reeleger o Presidente Obama”, concluiu a ministra Eleonora Menicucci.
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