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segunda-feira, 26 de novembro de 2012


Dalva Maria Mendes se torna a primeira oficial-general das Forças Armadas do Brasil

26/11 - Dalva Maria Mendes se torna a primeira oficial-general das Forças Armadas do Brasil
Dalva Mendes passou por funções técnicas e administrativas até chegar ao cargo de vice-diretora do Hospital Marcílio Dias Foto: Divulgação/Ministério da Defesa
Contra-almirante exerce atualmente o cargo de diretora da Policlínica Naval Nossa Senhora da Glória, na Tijuca, no Rio

Do Portal Brasil
 
A capitão-de-mar-e-guerra, Dalva Maria Carvalho Mendes, se tornou, na última sexta-feira (23/11), a primeira oficial-general das Forças Armadas do Brasil ao assumir o posto de contra-almirante. O evento foi realizado no Palácio do Planalto, em Brasília, e contou com a presença da presidenta Dilma Rousseff, que assinou a promoção da militar.
 
Natural do Rio de Janeiro, a contra-almirante exerce atualmente o cargo de diretora da Policlínica Naval Nossa Senhora da Glória, na Tijuca, no Rio. Dalva ingressou na Marinha na primeira turma do corpo auxiliar feminino de oficiais, em 1981.
 
Nesta segunda-feira (26/11), data que serão publicadas no Diário Oficial da União as promoções dos novos oficiais graduados da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, a nova oficial-general receberá a platina correspondente a seu novo posto, em cerimônia no Rio de Janeiro. Já no próximo mês, a contra-almirante Dalva Mendes e os demais oficiais promovidos serão apresentados à presidenta Dilma Rousseff em nova cerimônia no Palácio do Planalto.
 
“A iniciativa abre caminho para que outras mulheres venham a ser alçadas ao posto de oficial-general. Estamos muito felizes com o ato”, comemorou o ministro da Defesa, Celso Amorim.
 
Marinha - A participação das mulheres na Marinha do Brasil começou em 1980, quando a legislação permitiu o ingresso feminino na Força. À época, elas integravam um corpo auxiliar e sua participação era restrita a alguns cargos e ao serviço em terra.
 
Entre os anos de 1995 e 1996, o acesso das oficiais mulheres foi estendido aos corpos de saúde e engenharia. Já em 1997, com o advento da Lei nº 9.519, houve a reestruturação dos quadros de oficiais e praças com uma significativa ampliação da participação das mulheres nas atividades da Força Naval.
 
Atualmente, 5.815 mulheres fazem parte da Marinha do Brasil. As oficiais que integram as áreas de intendência, engenharia e saúde podem, segundo a legislação, alcançar até o posto de vice-almirante.
 
Exército - Nos próximos anos mais mulheres farão história na área militar no Brasil, pois poderão atuar como combatentes do Exército Brasileiro. Em agosto deste ano, foi sancionada a Lei nº 12.705, que permite o ingresso de militares do sexo feminino na linha bélica da Força, área tradicionalmente ocupada por homens.
 
De acordo com a lei, o Exército terá um prazo de até cinco anos para fazer adaptações nas estruturas físicas para permitir o ingresso das mulheres no ensino da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), em Resende, no Rio de Janeiro, e na Escola de Sargentos das Armas (EsSa), em Três Corações, Minas Gerais.
 
O Exército conta atualmente com 6,7 mil mulheres. Desse total, sete militares do sexo feminino podem chegar ao posto de oficiais-generais nos próximos cinco anos. Estas mulheres já estão em processo de formação na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (Eceme) e, após esta fase, já estarão aptas a disputar espaço no quadro de oficiais superiores.
 
Força Aérea – A Força Aérea Brasileira (FAB) foi a primeira a abrir espaço para a atuação das mulheres na atividade fim da instituição. Atualmente é a que possui o maior número de militares do sexo feminino em seus quadros. Em 2002, eram 3.249, e agora já chegam a 9.927.
 
for��a a��rea brasileira foi a primeira a abrir espa��o para a atua����o das mulheres foto: divulga����o/minist��rio da defesa
 
Neste ano, a Aeronáutica completa 30 anos do ingresso das primeiras mulheres na instituição. Apesar de estarem presentes nas pistas, hangares e escolas de formação, é dentro de aeronaves que elas escrevem seus nomes na história da aviação brasileira.
 
O ingresso feminino na Academia da Força Aérea (AFA) no Quadro de Oficiais Intendentes foi autorizado em 1995. Oito anos depois, em 2003, a academia recebeu as primeiras mulheres para o Curso de Formação de Oficiais Aviadores.
 
Missões de paz - Em dezembro do ano passado o Ministério da Defesa e a Agência da Organização das Nações Unidas para as mulheres (ONU Mulheres) firmaram carta de intenções com o objetivo de ampliar a presença feminina em operações de paz. O documento foi assinado pelo ministro Celso Amorim e pela secretária-geral adjunta das Nações Unidas e diretora executiva da agência, Michelle Bachelet.
 
 
Na ocasião, a diretora destacou que é necessário ampliar a visão feminina sobre as missões desenvolvidas pelas Nações Unidas em áreas de conflito. “Temos de considerar que as mulheres são parte importante na construção da paz, área em que continuaremos a dialogar e a carta de intenção firmada entre ONU Mulheres e o Ministério da Defesa do Brasil busca incluir uma perspectiva de gênero no tema.”
 
A carta de intenções, segundo a subsecretária da ONU Mulheres, vai além do reconhecimento do papel brasileiro em missões de paz. “É uma prova da vontade do Ministério da Defesa em ampliar a participação feminina”, concluiu.

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