2 1167574 55230236 David Garzon 300x179 Pais não sabem identificar os sentimentos dos filhos pequenos
Independente do sentimento dos filhos pequenos, a maioria dos pais acha que eles são sempre otimistas e têm poucas preocupações. Isso pode contribuir para um pior bem estar dessas crianças.

A conclusão é de um estudo feito pela Universidade da Califórnia, nos EUA, que acompanhou crianças com média de idade entre 4 e 11 anos e analisou as respostas de pais e professores sobre suas impressões a respeito do sentimento dessas crianças.
“Os pais, como é esperado, enxergam seus filhos mais inteligentes do que realmente são e normalmente avaliam acima da média suas capacidades para resolver problemas matemáticos ou de linguagem. Há diversos estudos também que apontam que os pais acham que seus filhos estão mais magros do que são, não reconhecem quando seu filho está acima do peso. Agora também sabemos que as crianças são avaliadas acima da média quando apresentam problemas emocionais para seus pais. Eles sempre acham que os filhos têm capacidade para superar por si próprio”, diz Kristin Lagutta, a principal autora da pesquisa publicada no periódico Journal of Experimental Child Psychology.
No estudo feito por Lagutta, os pesquisadores procuraram conferir as impressões dos pais e de outros adultos sobre o bem estar e sentimento de felicidade das crianças. Foram mais de 500 entrevistas e acompanhamentos.
O resultado confirmou o chamado “desvio tendenciosamente positivo” dos pais. Nas situações cotidianas – como em família ou na escola – onde as crianças se sentiam mais ameaçadas ou mais tristes, mesmo após reportarem esses sentimentos negativos aos pais, elas dificilmente recebiam a atenção necessária.
“Não só havia diferenças entre o que as crianças diziam sobre seus sentimentos e o que os pais entendiam. Essas diferenças eram discrepantes, o que nos deixou muito preocupados”, diz a autora. “Talvez seja importante para as crianças que haja algum tipo de avaliação que ajude os pais a entenderem melhor suas preocupações e talvez seja hora da escola estar mais presente”, sugere.
Isso não só ajudaria as crianças a lidarem melhor com os sentimentos negativos e medos, como também poderia impactar positivamente a saúde mental e os níveis de felicidade na adolescência e vida adulta, finaliza a pesquisadora.
por Enio Rodrigo