Publicado em Saúde por Redação
Uma pesquisa com cerca de 3 mil alunos da rede pública de ensino fundamental e médio de escolas da região do Butantã revela que o álcool é mais consumido e difundido na adolescência do que o tabagismo, conforme dados do projeto Dr. Bartô e os Doutores da Saúde, coordenado pelo pneumopediatra João Paulo Becker Lotufo, do Hospital Universitário (HU) da USP.
Na faixa etária dos 10 aos 17 anos, 23% dos jovens responderam que tinham experimentado tabaco. Quando perguntados sobre consumo de álcool, 59% dos jovens já disseram ter consumido.
O projeto, que tem o apoio da pró-reitoria de Cultura e Extensão da USP, realizou um trabalho de educação e saúde durante o ano escolar de 2013. O estudo utilizou questionários e intervenções para diagnosticar sobre o uso de drogas lícitas (tabaco e álcool) e ilícitas (maconha e crack) na adolescência.
O número de experimentadores, tanto de cigarro quanto de álcool, aumenta durante o decorrer dos anos na escola. Verificou-se que o aumento ocorre na transição do sexto para o sétimo ano e chega a duplicar na mudança para o oitavo ano do ensino fundamental 2.
Segundo o doutor João Paulo, “é fundamental realizar iniciativas preventivas específicas para esse público do ensino fundamental, com o objetivo de impedir ou diminuir a iniciação às drogas licitas, e consequentemente, combater futuramente a possível entrada para as drogas pesadas ou ilícitas”.
Em entrevista à Rádio Estadão, ele mostrou sua preocupação com os números porque quem usa drogas antes dos 18 anos tem mais chance de se tornar dependente químico.
Ele também disse que o consumo de álcool começa ainda dentro de casa. O álcool faz mais parte da sociedade e da família do que o crack e a maconha, e o acesso a essa droga é mais fácil. A prevenção deve, portanto, começar dentro de casa, em conversas com as famílias. “A família tem que ser orientada”, disse à Rádio Estadão.
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