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terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Obesidade infantil: para além de danos físicos

por Ana Cássia Maturano

Depois de tanta comilança, com as férias e as festas, um dos projetos de ano novo poderia ser o de repensar como estamos nos alimentando e, consequentemente, alimentando as nossas crianças.

Que a humanidade vem engordando, não há dúvida. A própria necessidade de sobrevivência levou a isso: os indivíduos com capacidade de estocar calorias tiveram mais chance que os outros.

Pois é, temos o gene da obesidade, que é responsável por cerca de 1% dos obesos. A grande maioria tem excesso de peso devido a fatores como hábitos alimentares errados e sedentarismo.

Muito se discute os danos para a saúde física dos que estão gordinhos: colesterol, diabetes tipo II, triglicérides – males geralmente associados às pessoas mais idosas. Porém, temos encontrado os mesmos na população de indivíduos mais jovens. E o pior: já foram detectadas placas de gorduras nas artérias do coração de crianças. Elas também andam engordando.

A questão, no entanto, não se limita aos prejuízos físicos. Há danos psíquicos associados à obesidade e que também têm atingido os mais novos. É o caso da depressão, ansiedade (geralmente elas vêm associadas) e desajustamento social. O índice desses fatores costuma ser maior entre as crianças obesas. Algo que ainda está um pouco confuso é a relação entre eles: estão acima do peso e por isso deprimidos e ansiosos ou o contrário? De todo modo, a relação entre eles existe.

Socialmente, costumam apresentar dificuldades de se relacionar fora e dentro de casa, interferindo ainda em seus relacionamentos amorosos, algo observado mais nas garotas. Além de sofrerem certo preconceito, sendo alvo, às vezes, de chacota. O que pode ocorrer dentro de casa mesmo, com a insistência dos pais para que façam dietas exageradas, lembrando a criança ou adolescente, a todo o momento, de que está gordo e feio. Motivos que o levam às vezes a se isolar, abrindo as portas para transtornos psíquicos.

E porque não seguimos as dicas tão propagadas pelos profissionais da saúde, fazer refeições balanceadas e deixar o sedentarismo de lado? Porque isso dá trabalho e queremos uma solução mágica. Como é o caso da comidas fácil de fazer, que basta colocar no micro-ondas, é saborosa e suja pouca louça, permitindo que fiquemos horas em frente à TV ou ao computador.

Então, quando a coisa aperta, optamos por dietas milagrosas, mas que são tão difíceis de fazer, por restringirem demais o prazer à mesa, que rapidamente são deixadas de lado. Voltamos a atacar a geladeira, com alimentos gordurosos e açucarados, que infelizmente são aqueles que nosso paladar é mais aguçado. E se alimentar mais adequadamente torna-se missão impossível.

A sugestão é repensar a alimentação do dia a dia. Os médicos falam no básico: arroz, feijão, bife e salada de alface e tomate, junto a três horas semanais de atividade física – diminuindo o tempo frente aos eletrônicos. As guloseimas podem ficar restritas aos finais de semana. Com parcimônia é claro. Assim como as comidas rápidas: elas podem existir para alguma emergência.

Outra dica interessante é não insistir para os pequenos comerem mais um pouco – tantas colheres de arroz. De certo modo, nosso organismo sabe quando tem fome e quando está saciado. Ao insistirmos para que comam, ele vai perdendo esse parâmetro. Hoje, comemos sem ter vontade e muito além de nossa necessidade. Muitas vezes usamos a seguinte frase: “Agora estou fazendo a gula!”.

Mas o mais importante é que não seja mudado apenas o hábito de quem está gordinho, mas o de toda a família. A geladeira e a dispensa devem ser modificadas com alimentos saudáveis. Simplesmente dizer para não tomar sorvete e ter um pote na geladeira, não ajuda muito.

Se for muito difícil fazer as mudanças, a ajuda de um nutricionista pode ser útil. Com o cuidado de que ele não proponha nada exagerado. No caso de se perceber alterações no comportamento, que podem sugerir algum transtorno psíquico, consultar um psicólogo pode esclarecer muitas dúvidas.

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