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sábado, 31 de maio de 2014

Casos de violência contra mulher não denunciados preocupam autoridades

Mulher mostra os hematomas que foram o resultado da violência (Foto: Nadyenka Castro / G1 MS)Mulher mostra os hematomas, resultado da
violência (Foto: Nadyenka Castro / G1 MS)
Relatório do IPEA apresenta dados sobre a violência contra mulher.
Violência acontece em todos os âmbitos, segundo coordenadora do Nudem.
Do G1 Grande Minas

“Em briga de marido e mulher, não se mete a colher”. 58,4% dos entrevistados da pesquisa “Tolerância social a Violência contra as mulheres”, realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), divulgados em abril deste ano, concordam com a máxima popular. Em Montes Claros, o número de casos não denunciados de agressão ao sexo feminino (Cifra Negra) preocupa as autoridades de defesa e proteção à mulher.

Conforme a coordenadora gestora do Núcleo de Defesa da Mulher (Nudem) da Defensoria Pública de Montes Claros, Maiza Rodrigues, o número de casos de agressão, por dia, pode chegar à casa dos 50. Entretanto, o número pode ser maior, uma vez que muitos casos não são levados até a Defensoria por meio das vítimas.

“A violência acontece em todos os âmbitos, todos os lares, pois a violência é sutil. Muitas mulheres pensam que violência é apenas a lesão física, mas ela é muito mais que isso. Existe também a violência emocional, além da física. Muitos homens humilham e expõem as mulheres, mas elas só percebem quando são agredidas”, diz a coordenadora.

O relatório “Política Nacional de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres”, realizado pela Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres, esclarece que a violência está presente e se manifesta em todas as classes sociais.

 Coordenadora-gestora do NUDEM da Defensoria Publica de Montes Claros, Maiza Rodrigues Silva (Foto: Maria Ribeiro/Inter TV Grande Minas)Coordenadora-gestora do NUDEM da Defensoria
Pública de Montes Claros, Maiza Rodrigues Silva
(Foto: Arquivo Pessoal)
“Enquanto os homens tendem a ser vítimas de uma violência predominantemente praticada no espaço público, as mulheres sofrem cotidianamente com um fenômeno que se manifesta dentro de seus próprios lares, na grande parte das vezes praticado por seus companheiros e familiares. A violência contra as mulheres em todas as suas formas (...) é um fenômeno que atinge mulheres de diferentes classes sociais, origens, idades, regiões, estados civis, escolaridade, raças e até mesmo a orientação sexual”.

“Algumas mulheres agredidas acreditam que o parceiro vai melhorar. Porém, as mulheres de melhores condições saem de casa por medo de escândalos, nem falam para ninguém”, completa a coordenadora, Maiza Rodrigues.

Lei Maria da Penha
Sancionada em 7 de agosto de 2006, a Lei Maria da Penha foi criada com o propósito de diminuir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Entretanto, segundo pesquisa do Ipea, "Violência contra a mulher: feminicídios no Brasil", divulgado em 2013, aponta que a lei não reduziu a morte de mulheres por violência.

“A impunidade é a mola propulsora da violência. Nós temos problemas sérios.”, afirma Maiza Rodrigues.

A violência contra a mulher pode ser compreendida em diversos tipos, sendo a violência doméstica (que pode ser psicológica, sexual, física, moral e patrimonial), a violência sexual, o abuso e a exploração sexual de mulheres adolescentes/jovens, o assédio sexual no trabalho, o assédio moral, o tráfico de mulheres e a violência institucional. E esses tipos são agravados pela cultura predominantemente machista, como conta a coordenadora da Nudem em Montes Claros.

“Todos nós somos culturalmente machistas. Nascemos no ideal de que o homem é quem manda. A mulher já nasce sabendo dessa servidão. O Brasil é o 7º país no número de casos de violência contra a mulher no mundo”, afirma.

"Não é mais possível que no Brasil nós não tenhamos o compromisso com a eliminação da violência contra as mulheres e crianças. Peço que a sociedade abrace a luta contra a violência contras as mulheres e denuncie", disse da ministra Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, Eleonora Meniucci, durante o lançamento da Campanha “Violência contra as mulheres – Eu Ligo”.

http://g1.globo.com/mg/grande-minas/noticia/2014/05/casos-de-violencia-contra-mulher-nao-denunciados-preocupam-autoridades.html

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