Em sua quarta edição, a Marcha das Vadias, em São Paulo,
tem como tema Sexo sem Consentimento é Estupro. A manifestação ocorreu no
vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e teve como itinerário descer a
Rua Augusta, no centro da capital, em passeata, até a Praça Roosevelt, ao lado
da Igreja da Consolação.
Na concentração, centenas de manifestantes portavam
cartazes com dizeres como “Meu corpo me pertence”, “Não saí da sua costela,
você que saiu do meu útero” e “Não é não”.
“Em violência sexual, quem cala não consente. O
consentimento tem de ser explícito; se não existir, é estupro. Muitas vezes, as
mulheres se calam por medo, ela está atemorizada, teme que aconteça uma violência
ainda maior. Ou porque aquilo está sendo cometido por uma pessoa em que ela
confia muito, que é da família dela, que, às vezes, é o marido dela, é o
namorado”, disse Patrícia Diniz, uma das organizadoras do ato.
Segundo dados divulgados pelas organizadoras da marcha,
64% dos estupros ocorrem na casa da vítima e apenas 18% em vias públicas. E
apenas 30% dos crimes são praticados por desconhecidos.
“Ela não quer fazer sexo, ela não quer fazer determinada
prática sexual, mas acontece aquilo porque ela não disse não claramente. A
gente quer também que os homens se eduquem e percebam quando eles podem agir”,
disse Patrícia Diniz.
Algumas manifestantes usavam uniformes de jogadores de
futebol e questionavam os gastos para a realização da Copa do Mundo no Brasil.
“Para a Copa são destinados milhões. Mas para o combate à violência contra a
mulher não há recursos”, observou a ativista Lícia Ferreira.
Em São Paulo, o Hospital Pérola Byington é referência
para o atendimento a vítimas de violência sexual. No local, é possível fazer
exame de corpo de delito e receber cuidados médicos e assistência jurídica. É
possível também buscar orientação pelo Disque Mulher 180, do governo federal,
além da Delegacia de Defesa da Mulher.
A marcha teve início em 2011, no Canadá, quando um
policial disse às estudantes da Universidade de Toronto que, para se proteger
de uma onda de violência sexual, as mulheres não deveriam se vestir como
vadias. Três mil pessoas tomaram as ruas da cidade em um manifesto denominado
SlutWalk, no Brasil conhecido como Marcha das Vadias.
http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2014-05/marcha-das-vadias-em-sp-destaca-que-sexo-sem-consentimento-e-estupro
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