Empresária sempre preferiu resolver os problemas em vez de reclamar deles
Adolescente, aos 12 anos substituiu as férias pelo balcão da loja aberta pela tia Luiza. |
por Redação — publicado 26/10/2015
Wanezza Soares
Filha única e sobrinha única, autoestima elevada, Luiza Helena Trajano diz ter a sorte de ser influenciada por duas mulheres com visões de vida distintas, porém complementares.
Sua mãe, que morreu ainda jovem, a criou para o mundo. Aos 12 anos, presenteou-a com uma assinatura de jornal para acompanhar os acontecimentos e sempre a incentivou a ir à escola, estudar e brincar. Luiza jamais ouviu recomendações para tomar cuidado com o trânsito e os colegas.
Da tia, viva até hoje, recebeu o “vírus do empreendedorismo” e com ela aprendeu que a negativa de um cliente era um estímulo não para desistir, mas para criar uma solução capaz de atraí-lo.
“Quando ela me liga para perguntar como estão as coisas, se eu digo que tudo está ótimo, responde que podemos trabalhar mais e tudo pode melhorar. Se digo que estamos em crise, ela diz para não ligar, que é preciso trabalhar e tudo dará certo.”
Adolescente, aos 12 anos substituiu as férias pelo balcão da loja aberta pela tia Luiza. Vendeu além do esperado, comprou presentes para os parentes e teve a atenção despertada para o varejo. A partir daí, galgou posições dentro da empresa até receber, em 1991, um bilhete da tia Luiza: “Logo vou completar 62 anos. Estou ficando velha. Acho melhor você assumir o Magazine”.
Luiza Helena Trajano, única mulher presente na lista dos Líderes mais Admirados do País, aceitou o desafio, sempre com uma lição em mente. “O cérebro tem dois lados, o dos problemas e o das soluções. Tem gente que só reclama da vida, queixa-se dos problemas e nada faz. Há quem goste de problema, eu gosto de solução. A gente só cresce quando se defronta com as dificuldades.”
Em eventos, quando algumas pessoas dizem que um dos segredos do seu sucesso é a sua inteligência, Luiza gosta de afirmar que não é nada disso.
O seu talento, diz, na verdade é outro, a capacidade de somar QIs. Assim sendo, é importante fazer perguntas e estimular as pessoas a pensar “fora da caixa”, na busca de soluções para os problemas.
Qual a principal competência para uma líder mulher? Em evento para empreendedoras neste ano, Luiza deu a sua resposta.
“Primeiro, tem de estar disposta a pagar o preço necessário e saber o que você quer da vida. Há mulheres realizadas que ficam em casa, outras que reclamam por ter de trabalhar, e aquelas que se queixam do trabalho. A primeira competência é conhecer a si própria e saber o que se quer e o preço a pagar, porque não há ganho em tudo. Líder nasce ou se desenvolve? Acho que tudo na vida se desenvolve, se você aprende e quer crescer, a vida é uma espiral.”
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