Evento entre 6 e 8 de junho, na Unibes Cultural, discutirá a presença feminina na escultura, na literatura e na educação
por Redação — publicado 30/05/2016
Divulgação
Em meio às restrições sociais, a vontade de independência. No decorrer da história, desde o império, as mulheres brasileiras lutaram para obter visibilidade pela arte, literatura e educação. O seminário A Presença Feminina na História Brasileira, com entrada gratuita, entre os dias 6 e 8 de junho no Unibes Cultural, em São Paulo, discutirá de que maneira as mulheres fizeram valer sua presença artística, à frente das iniciativas de formação cultural.
A escritora Carolina de Jesus, estudada pela professora Elena Pajaro Peres, pós-doutoranda do Instituto de Estudos Brasileiros, é um personagem simbólico a exercer a cidadania. Escritora afro-brasileira, moradora da favela do Canindé, ela chegou a São Paulo, vinda de Minas Gerais, no final da década de 1930, quando começou a produzir literatura.
A persistência em tentar publicar sua obra só pôde ser comparada ao empenho em criar os três filhos sozinha, catando papel para sobreviver. “Carolina sempre procurou ultrapassar o papel que a sociedade lhe havia reservado”, diz a pesquisadora, que fará um painel sobre seu percurso.
A Presença Feminina na História Brasileira – Arte, Literatura e Educação
Na Unibes Cultural (rua Oscar Freire, 2.500, Metrô Sumaré, tel. 11-3065-4333)
Desconhecida do público, mas de ação insistente na formação cultural das crianças nas décadas de 1930 e 1940, Lenyra Fraccaroli implantou e dirigiu a primeira biblioteca infanto-juvenil de São Paulo. De maneira inovadora, como analisa a professora e pós-doutoranda da Universidade de São Paulo Patricia Raffaini, permitiu que o espaço se abrisse à projeção de filmes, à realização de jogos e à promoção de palestras com escritores de renome, como Monteiro Lobato e Malba Tahan, além de ter criado um jornal feito pelas crianças, A Voz da Infância, e um grupo teatral, o Timol.
Nos livros Primeiras Estórias e Tutameia: Terceiras Estórias, a infância surge caracterizada de diversas formas, e Guimarães Rosa personifica a mulher em quatro personagens infantis, como relata a professora Camila Rodrigues, pós-doutoranda da USP.
Nas artes visuais brasileiras, uma múltipla artista como Hilde Weber fez a charge de modo singular, em sintonia com o cartoon, como aquelas que realizou sobre Getúlio Vargas, como narra a pesquisadora Andrea de Araujo Nogueira.
Docente do IEB, Ana Paula Cavalcanti Simioni mostra como, ao longo do século XIX, as mulheres foram excluídas do ensinamento artístico pelas academias de arte. No entanto, no Brasil, duas escultoras se sobressaíram, Julieta de França e Nicolina Vaz de Assis.
Naquele século de profundas disparidades sociais, Jean-Baptiste Debret observou a mulher branca escondida em sua residência e a profusão de escravas nas ruas do Rio, como descreverá a doutora Ana Paola Baptista, curadora dos Museus Castro Maya. Sua palestra desvendará ainda os registos escritos deixados pela princesa austríaca Leopoldina, primeira Imperatriz do Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário