Na peça O corpo da mulher como campo de batalha, que estreia nesta sexta-feira (27), no Espaço Sesc, em Copacabana, a história de uma mulher vítima de um estupro coletivo durante a Guerra da Bósnia é levada ao palco pela atriz Fernanda Nobre. Mas bem que poderia ser no Brasil, já que nesta mesma semana, “por infeliz coincidência”, como descreve a atriz, veio à tona a notícia do estupro de uma menina de 16 anos por 33 homens.
“É muito triste tudo isso, uma loucura. Mas não poderia ser melhor o momento para falar no palco sobre a questão. As pessoas precisam ouvir sobre isso. Durante cinco anos, 50 mil mulheres foram estupradas na Bósnia”, relata Fernanda, que divide a cena com Ester Jablonski.
A trama do espetáculo dirigido por Fernando Philbert mostra o encontro de uma terapeuta americana e uma vítima da violência da guerra. Elas revelam suas histórias numa tentativa desesperada de encontrar forças para continuar suas trajetórias.
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Fernanda divide a cena com Ester Jablonski, que interpreta uma terapeuta americana (Foto: Divulgação) |
“Já sofri violência verbal. A Bósnia é aqui. Não existe uma mulher que nunca tenha se sentido ameaçada. A gente nem percebe que determinadas coisas são agressões. Já tive namorados agressivos e não me dava conta daquilo”, descreve Fernanda, feliz com a mobilização geral no Facebook quanto à questão. “Acho que agora vai haver uma mudança. Os homens precisam abrir os ouvidos e assumir o machismo. É hora de se conscientizarem. A culpa é do estuprador”, diz.
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