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segunda-feira, 4 de junho de 2012

As coisas melhoram

MARGARIDA TELLES
 
No jornalismo, um tipo de matéria é sempre irresistível: as histórias de superação. Casos de pessoas que passaram por situações extremas, chegaram ao fundo do poço, mas deram um jeito de sair de lá. Hoje, me deparei com uma história dessas, contada no livro “Things Get Better”, ou em português “As coisas melhoram”. Katie Piper, a autora, passou por um dos maiores casos de superação que já vi. Ela teve seu rosto queimado com ácido e ficou desfigurada. Como se não bastasse, a aparência era seu instrumento de trabalho, pois Katie era modelo e apresentadora.

A vida de Katie mudou em 2008, quando um rapaz , Danny Lynch , começou a conversar com ela por Facebook. Como eles tinham 30 amigos em comum, ela sentiu-se segura para conhecê-lo, e eles saíram algumas vezes. A modelo começou a duvidar de alguns comportamentos de Danny e das histórias que ele contava, e rompeu relações. Mas ele não aceitou. Passou a assediá-la e ameaçá-la. A estuprou. E pediu a um colega de trabalho para atacá-la com ácido sulfúrico.

O ácido corroeu o rosto de Katie até os ossos. Ela perdeu as pálpebras, a maior parte de seu nariz e um pedaço da orelha. Na primeira operação, tiveram que tirar a pele de todo o seu rosto. Desde então, já foram mais de 100 cirurgias. Depois de um procedimento, Katie precisou ficar em coma induzido por 12 dias, ou não aguentaria a dor.

Confira aqui como Katie era antes do ataque, e como ela ficou pouco tempo depois

Quando acordou ela não conseguia falar, e se comunicava com a mãe por bilhetes. Em um deles, pediu “me mate”. A mãe, determinada a ajudar no que podia, começou um diário. Tirava fotos de Katie, para mostrá-las mais pra frente. Embora a aparência ainda fosse horrível, as fotos mostravam como o quadro melhorava.
Depois de sete semanas no hospital, Katie foi pra casa. Quando saiu, ainda não tinha visto o seu rosto. Uma psicóloga a aconselhou a olhar com um espelho de mão primeiro pequenas partes de seu corpo queimado, como as mãos ou o pescoço. Quando Katie viu o seu rosto inteiro, pensou “alguém precisa me entregar outro espelho, porque esse está quebrado”.

A família foi fundamental para a sua recuperação. Katie precisou usar por muito tempo uma máscara plástica, e sua irmã sugeriu que usasse uma também. Paul, seu irmão, conseguiu levar para casa uma mulher que teve o seu rosto desfigurado em um acidente, e  está muito melhor.

Hoje, a ex-modelo tem um contrato com um canal de TV, colabora para uma revista e trabalha em uma associação de vítimas de queimaduras. Ela já escreveu dois livros. O primeiro é uma biografia. E no segundo, conta como conseguiu aos poucos superar tudo o que lhe aconteceu. Acredito que histórias como essa provam que somos capaz de aguentar muito mais do que acreditamos. Inspirador…

http://colunas.revistaepoca.globo.com/mulher7por7/2012/06/04/as-coisas-melhoram/

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