Campanha da Fraternidade trata de mercado de gente
A Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) aprovou, no último dia 20, o tema para a Campanha da Fraternidade de 2014: “Fraternidade e Trabalho Humano”. A mobilização tratará da questão do tráfico de pessoas, no Brasil, para exploração sexual e trabalho degradante.
O objetivo, segundo a CNBB, é “acordar comunidades e autoridades do nosso país para uma vigilância redobrada e dinamizar o esforço coletivo para erradicar a chaga do tráfico humano em nosso meio”. Os bispos da Igreja Católica entendem que esse tema retrata, infelizmente, uma realidade cada vez mais presente no mundo globalizado. É no “tráfico humano”, aponta a Confederação, que começa a maioria dos casos de escravidão contemporânea.
Levantamento da Organização Internacional do Trabalho (OIT), divulgado no início de junho deste ano, estima que pelo menos 20,9 milhões de pessoas em todo o planeta, são vítimas de trabalho forçado. Desse total, estima-se, 78% iriam para atividades análogas à escravidão, enquanto que 22% para o tráfico envolvendo exploração sexual; 76% seriam adultos e 26%, crianças; e 55% seriam de mulheres contra 45% de homens.
Demanda por escravos
Desde 2003, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) identificou, no Brasil, cerca de 250 casos por ano de trabalhadores em condição análoga à de escravo. Desde 1995, equipes de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) já resgataram mais de 42 mil trabalhadores nessa situação, principalmente no campo.
Desde 2003, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) identificou, no Brasil, cerca de 250 casos por ano de trabalhadores em condição análoga à de escravo. Desde 1995, equipes de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) já resgataram mais de 42 mil trabalhadores nessa situação, principalmente no campo.
De acordo com a Organização Internacional para Migrações (OIM), o tráfico de pessoas e o contrabando de migrantes crescem em função da maior demanda e da tendência, na América Latina, de importar trabalho barato, em condições precárias. Uma parte considerável dos empregados em condição degradante no Brasil é de bolivianos e peruanos que trabalham em oficinas de costura ilegais.
“Erradicar a chaga do tráfico humano exige muito mais que libertar suas vítimas imediatas; implica em arrancar suas raízes e eliminar os mecanismos que tornam possível sua reprodução: vulnerabilidade da extrema pobreza, ganância de agentes econômicos sem escrúpulo, permanência das desigualdades de gênero, impunidade selada em estruturas mortífera”, afirma a CNNB.
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