ESPAÇO MULHER DEBATE O RESPEITO AO FEMININO
O respeito à mulher em todas as instâncias foi o
principal debate no primeiro dia de atividades, do Espaço Mulher. Com o tema
“Psicologia Feminismo e Políticas Públicas para as Mulheres”, a discussão foi
mediada pela conselheira Roseli Goffman e teve a participação de Cristina
Silva, psicóloga, de Justina Cima, coordenadora do Movimento de Mulheres
Camponesas e Benedicto Arévalo, coordenador do programa Plano Integral para as
Vítimas de Violência Sexual na Guatemala e Francisco Viana do Programa de
Políticas Públicas da Mulher.
Cristina Silva destacou a importância do trabalho
conjunto para que haja uma transformação social. “Trabalhar
necessariamente com mulher não garante transformação social. Temos de ter um
movimento que inclua homens e mulheres, levando em conta que a mulher está em desvantagem
pois vivemos em uma sociedade que não promove a igualdade ”.
O papel da Psicologia no processo de inclusão e
defesa dos direitos da mulher também foi abordado. A participação e intervenção
dos profissionais nos diversos campos do feminino garantem não só a
concretização de projetos como o apoio para a mudança efetiva da cultura
machista, historicamente presente nas relações com as mulheres.
Em sua fala, Justina Cima defendeu a necessidade de
autonomia da mulher e do avanço das políticas públicas que permitam acesso para
as mulheres com resultados concretos. “Que as mulheres decidam sobre seus
destinos. Que saiam dos espaços de apoio aos homens e passem a ocupar espaços
de decisão sobre si mesmas. E só se consegue isso com a nossa participação”,
afirmou.
Na Guatemala, a realidade da mulher é diretamente
ligada à violência e conflitos nos quais as mulheres são, geralmente, colocadas
como provocadoras das situações. “Pensamos que essa violência acabaria como o
acordo de paz. Da violência política, militar à violência comum todas afetam as
mulheres. Os efeitos nas vítimas vão desde o estresse pós-traumático,
depressão, baixa autoestima até a desintegração da família”, afirmou.
Francisco Viana destaca a necessidade da educação
para as questões de gênero. “São poucos os cursos de graduação que tem
disciplina sobre políticas públicas e apoio para as mulheres. Inserir as
categorias de gênero é necessário e urgente”, finalizou.
As mulheres são maioria na Psicologia e representam
89% do total de profissionais registrados nos Conselhos. A criação do Espaço
Mulher na 2ª Mostra representa o universo da mulher psicóloga como agente de
promoção do bem comum. O espaço fica no Pavilhão Norte e tem ainda exibição de
vídeos, oficinas e shows.
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