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sábado, 22 de setembro de 2012


Vulnerabilidade ajuda no tráfico de pessoas


Encontro ibero-americano quer traçar estratégias para o enfrentamento do crime

ANDERSON BANDEIRA
São nas condições de vulnerabilidade humana que os traficantes de pessoas costumam agir. Com discurso ilusório de vida promissora fora do país de origem, ou de forma compulsória, muitos criminosos retiram dos sinais de trânsito, por exemplo, mulheres e crianças sob a ilusão de trabalhar no exterior e ganhar um bom dinheiro. Chegando lá, eis que o sonho termina se tornando pesadelo, pois muitas dessas pessoas são submetidas a trabalhos escravos ou prostituição.

Recentemente, em Pernambuco, um caso envolvendo o tráfico de pessoas chegou ao gabinete Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF 5). Um processo de tráfico de pessoas incriminava pela prática uma família por facilitar a ida de uma mulher para trabalhar na cidade de Madri, capital da Espanha. Porém, em vez do emprego de babá atestado para obter o visto na Polícia Federal, a prostituição num cassino.

No Rio Grande do Norte, um caso envolvendo quatro italianos que agenciavam a exploração sexual por meio do tráfico de pessoas, também ganhou destaque, sendo os acusados condenados durante a Operação Corona. Ainda no Brasil, precisamente no estado de Goiás, esse tipo de prática, de 2004 a 2010, levou a Procuradoria Regional Federal a condenar 35 pessoas por tráfico de pessoas. 

E dessa forma, seja no tráfico de pessoas ou de órgãos, o Brasil se mostra ainda como um País vulnerável. Tendo em vista essa dura realidade, encarada não somente pelos brasileiros, mas por diversos países ibero-americanos, ontem teve início no Recife o 1º Encontro da Rede Ibero-Americana de Procuradores Especializados contra o tráfico de pessoas. O objetivo do encontro, que reúne 13 países e seguirá até hoje, é traçar estratégias para o enfrentamento do tráfico de pessoas no continente.

“A ideia é discutir o intercâmbio de informações entre os países. Pretendemos discutir propostas, como por exemplo, a criação de banco de dados sobre o tráfico de pessoas, e nutrir as polícias de informação para combater o tráfico. Mas sempre tendo o cuidado com a vítima e perseguindo criminalmente os traficantes de 1º e 2º grau”, explicou o procurador-geral da República e representante do Brasil na Rede ibero-Americana, Daniel de Resende Salgado.

Ele acrescentou que o movimento inverso de entrada de estrangeiros de forma irregular e trabalhos irregulares também serão alvos de investigações no Brasil. “Tem gente vindo da Bolívia e indo para São Paulo, onde são submetidos a trabalhos subumanos, com longas jornadas de trabalho”, exemplificou Daniel de Resende. Ainda segundo o procurador-geral, além de repreender, as ações de prevenção serão fundamentais e elaboradas durante o encontro. A iniciativa é promovida pela Procuradoria Geral da República (PGR).


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