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quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Mary Barra, a primeira mulher à frente de uma grande montadora

Executivos desconfiavam que ela não tivesse “gasolina nas veias”, mas a eficiência e o apoio de outros executivos a levou ao topo

REDAÇÃO ÉPOCA

Mary Barra durante a apresentação do prêmio Carro e Caminhão do Ano, em Detroit, nos EUA, em janeiro deste ano (Foto: Carlos Osorio/AP)
Mary Barra durante a apresentação do prêmio
Carro e Caminhão do Ano, em Detroit, nos EUA,
em janeiro deste ano (Foto: Carlos Osorio/AP)
Mary Barra começou a trabalhar na GM aos 18 anos, para pagar as mensalidades da faculdade de engenharia elétrica. Nesta terça-feira (10), aos 51, foi nomeada para suceder Dan Akerson no comando da companhia. Ela será a primeira mulher executiva-chefe (CEO, na sigla em inglês) de uma grande montadora nos Estados Unidos. Em um universo predominantemente masculino, Mary nunca se intimidou e diz que tudo na indústria está ligado a entregar resultados. Ela é a única mulher no alto escalão da empresa e foi eleita a 35ª mais poderosa do mundo no ranking deste ano da revista Forbes.
Antes de chegar ao topo, a engenheira cuidava do design e da qualidade de 11 marcas globais da GM, como vice-presidente de desenvolvimento de produtos. Desde agosto deste ano, também responde pela área de compras e suprimentos. Uma de suas metas era a construção de pelo menos 500 mil veículos com algum tipo de eletrificação (incluindo os híbridos) até 2017.
A nomeação de uma mulher para o posto é significativa, escreveu Micheline Maynard, jornalista e professora na Universidade de Michigan, no site da Forbes. “Ela reflete uma mudança no mercado automobilístico nos Estados Unidos, onde mais da metade dos carros são comprados agora por mulheres.” Micheline diz que a indicação não deve ser vista como um ganho para todas as mulheres nessa indústria. Apenas as mais fortes e obstinadas conseguem espaço para se sentar em uma mesa de conferências.
Uma das principais oportunidades para Mary conseguir seu assento entre os homens foi a indicação para um programa voltado a funcionários de alto potencial. Recebeu uma bolsa para um MBA na Escola de Negócios da Universidade de Stanford e tornou-se executiva assistente do então CEO. A partir daí, pôde entender melhor todo o funcionamento da empresa.
Em 2011, Mary Barra estava há um ano e meio no comando dos Recursos Humanos da GM. A posição não impressionava os outros executivos. Mas seu mentor, Dan Akerson, já CEO da companhia, decidiu mudá-la de área. Mary assumiu o desenvolvimento global de produtos. “Ela passou por um momento difícil para conquistar credibilidade porque antes estava no RH, mesmo sendo engenheira”, disse a consultora Rebecca Lindland à Bloomberg, que publicou um perfil sobre Mary neste ano, já a apontando como uma das fortes concorrentes a suceder Akerson. A falta de arrogância e o estilo discreto também não ajudaram a apagar logo as desconfianças. Muita gente não acreditava que Mary tinha “gasolina nas veias” – como são descritos os executivos arrojados e bem-sucedidos no mercado automobilístico.

Mas o trabalho da engenheira no RH tinha sido importante para a empresa em um momento de crise. Ela criou uma política de formação de novos líderes enquanto a GM lutava contra a falência, e reduziu a burocracia do setor em 90%. Quando assumiu o cargo no desenvolvimento de produtos, também deu demonstrações de grande eficiência, reduzindo custos da produção e aumentando as margens de lucro – critério de sucesso para qualquer montadora.

A presença de uma mulher no alto escalão nem sempre significa mudanças culturais, mas algumas atitudes de Mary já ajudaram a mudar o ambiente masculino. A executiva conversa com líderes veteranos da GM sobre questões de gênero. Para buscar os filhos na escola, encerra reuniões às 4h da tarde. E outros executivos a agradecem – também podem passar mais tempo com a família. "Um monte de questões das mulheres são questões dos homens também”, afirmou à Bloomberg.

O anúncio da saída de Dan Akerson ocorre um dia após o governo dos Estados Unidos venderem suas últimas ações da GM. O dinheiro público foi injetado na companhia em 2009, no pacote de ajuda às empresas em meio à crise desencadeada em 2008. Akerson deixará o cargo em janeiro. O CEO afirmou que a decisão foi tomada por causa da saúde de sua mulher, que luta contra um câncer. A GM tem conseguido recuperar os lucros nos Estados Unidos, mas não é tão rentável como as concorrentes Volkswagen e Toyota. O desafio de Mary Barra será garantir o bom desempenho também fora do mercado americano. 

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