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segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Número de casos na PF de pedofilia na web dobra em Campinas e região

Polícia Federal abriu 20 investigações formais em 2012; este ano, já são 40.
Publicar imagens de menores em cena de sexo é considerado crime grave.

Do G1 Campinas e Região

O número de inquéritos abertos pela Polícia Federal (PF) de Campinas (SP) na região para investigar casos de pedofilia na internet dobrou na comparação entre 2012 e este ano. Segundo a PF, nas 68 cidades de cobertura da corporação, foram 20 inquéritos instaurados no ano passado contra 40 entre janeiro e novembro de 2013. Entre os motivos deste aumento está o trabalho intenso de investigação da polícia para detectar sites e publicações com conteúdo pornográfico envolvendo menores.
Dos 40 inquéritos abertos este ano, pelo menos quatro pessoas foram presas. O delegado da PF de Campinas Hermógenes de Freitas Leitão Neto explica que são recebidas, em média, por mês, três denúncias que se transformam formalmente em investigação. "Todas as denúncias de pedofilia são checadas. Com isso, normalmente, a gente consegue chegar a quem está produzindo essas fotos e vídeos", diz o delegado.
Ele afirma que o aumento do número de investigações de casos de pedofilia na internet é resultado de dois fatores principais: o trabalho de investigação da polícia que consegue detectar sites e publicações com conteúdo pornográfico envolvendo menores e também ao maior volume de conteúdo publicado na web. Quem disponibiliza uma foto de menor de idade em situação de pornografia na internet pode ser indicado, mesmo em casos de compartilhamento em grupos fechados.
A PF age em todos os casos em que há compartilhamento dessas imagens na internet, pois depois de publicadas, podem ser acessadas no mundo inteiro, o que prejudica ainda mais as vítimas. "Como esse crime é transnacional e que as pessoas se valem muitas vezes do anonimato para cometê-los, a tendência é de um aumento desse tipo de prática. Por isso, existe uma unidade da PF em Brasília especializada na repressão aos crimes cibernéticos. A PF também está integrada com outras polícias do mundo e conseguimos agir de forma uniforme", completa.
O Estatuto da Criança e do Adolescente foi alterado em 2008 para proteger as vítimas de abuso sexual cometido por meio da internet. Guardar ou publicar imagens de menores em cenas de sexo ou pornografia é considerado crime grave.
Ameaças
Homem ameaça adolescente de Sumaré (SP) a publicar foto na internet em troca de sexo (Foto: Reprodução EPTV)
Homem ameaça adolescente a publicar foto na
internet em troca de sexo (Foto: Reprodução EPTV)
Apesar dos casos mais graves, em que os autores de abuso são presos, a Polícia Federal detectou crescimento nas situações de jovens que deixam namorados fazerem fotos em momentos íntimos do casal, mas que, após o fim do relacionamento ou por outros motivos, como vingança, enviam para outras pessoas. Este foi o caso de uma adolescente de 15 anos, de Sumaré (SP).
Ela teve um relacionamento pela internet com um rapaz de 21 anos. Apesar da mãe ser contra, a garota continuou a conversar com o jovem e chegou a ficar sem blusa em frente a uma webcam para ele. Depois de um tempo, ela parou de falar com o homem, mas ele começou a ameaçá-la de que, se não tivesse relações sexuais com ele, divulgaria as fotos na internet. Em uma mensagem, ele diz que quer "sexo por 20 minutos" com a adolescente e a ameaça ao dizer que, caso contrário, publicaria um vídeo dela.
Depois disso, o rapaz postou as fotos da garota sem blusa em uma rede social e compartilhou a mensagem com vários amigos da adolescente. A garota começou a ter um desempenho ruim na escola, o que chamou a atenção mãe. Após muita insistência, ela contou o que havia acontecido e a mãe decidiu registrar um boletim de ocorrência na delegacia.
Mesmo por causa da gravidade do caso, a mãe da adolescente reclama que no distrito policial ela foi humilhada por ter que contar a história ao escrivão em frente a outras pessoas. "Eles expõem muito a vítima, tratam como se ela fosse a agressora. Trataram minha filha com muita indelicadeza", reclama. A menina está em depressão e não quer mais ir para a escola.
O delegado da Polícia Federal ressalta a importância dos pais estarem sempre atentos ao compartamento das crianças e adolescentes quando navegam na internet. "A proteção começa em casa. O controle dos pais é essencial para evitar que a criança se exponha, às vezes involuntariamente, à má intenção de terceiros", completa Hermógenes de Freitas Leitão Neto.

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