27 DE NOVEMBRO DE 2016
DN/Lusa
O homem foi filmado por câmaras de vigilância a agredir a mulher
O caso aconteceu em Alicante, Espanha, e o vídeo foi divulgado pela Guardia Civil. As autoridades decidiram que as imagens deste vídeo deveriam servir de alerta contra a violência doméstica.
A mulher alvo das agressões não tinha sequer apresentado queixa. Tinha receio de represálias. Quem não hesitou foi a empresa de segurança que entregou as gravações à polícia.
A mulher foi agredida violentamente durante cinco minutos. E depois arrastado pelos cabelos.
As imagens são violentas.
A vítima concordou na divulgação das imagens - agora que o caso está na justiça - para que outras mulheres não hesitem como ela hesitou em denunciar a violência às autoridades.
Em Portugal, a violência doméstica é crime público. Em 2015, 29 mulheres morreram no nosso país, vítimas de violência doméstica. Registaram-se 26.595 denúncias. Na Europa, uma em cada três mulheres é vítima de violência física ou sexual. Em todo o mundo, 35% das mulheres são alvo de violência em algum momento das suas vidas, a maioria no contexto das suas relações de intimidade.
Um estudo do Observatório Nacional de Violência e Género, cujos resultados preliminares foram apresentados, dá conta de que em Lisboa a probabilidade de uma mulher ser discriminada é cinco vezes superior face a um homem.
Porém, em termos de violência doméstica, a "probabilidade de uma mulher ser vítima é duas vezes superior à de um homem", adianta.
Os autores apontam que as mulheres são sobretudo vítimas de homens (84,4%), enquanto os homens são vítimas de outros homens (58,4%).
Quanto à relação com o autor, no caso das mulheres, perto de metade eram parceiras, ex-parceiras ou familiares dos agressores, enquanto no caso dos homens esse valor baixa para os 30%.
No caso das mulheres, as ocorrências acontecem sobretudo no espaço privado (casa, casa de familiares ou carro), enquanto no caso dos homens ocorrem maioritariamente no espaço público (local de trabalho ou escola, bar ou café, supermercados, transportes públicos ou contexto militar).
Seis das 22 mulheres assassinadas este ano foram mortas pelos filhos ou netos, mas a maioria dos homicidas continuam a ser os maridos, companheiros ou namorados, segundo dados do Observatório de Mulheres Assassinadas (OMA).
Dez destas mulheres foram "barbaramente assassinadas por espancamento, estrangulamento, agressão com objeto e violação", descreve o relatório do observatório da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR), que sublinha que na sequência dos 22 homicídios 32 crianças e jovens ficaram órfãos de mãe.
23 mulheres foram vítimas de tentativa de homicídio, entre 01 de janeiro e 20 de novembro.
Em média, foram verificados dois homicídios por mês, sendo que 45% das vítimas (10) tinham mais de 65 anos, 23% (cinco) entre os 36 e 50 anos e 14% (três) entre os 24 e os 35 anos.
Uma das vítimas tinha menos de 17 anos e outras duas tinham idades entre os 18 e os 35 anos, adiantam os dados avançados à agência Lusa.
Quanto à idade dos agressores, o relatório indica que a maioria (42%) tem entre os 51 e os 64 anos e 26% entre os 36 e os 50 anos. Já três homicidas (16%) têm mais de 65 anos.
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