Reveja seus conceitos, parça!
14/11/2016 / POR CAROL CASTRO
A norte-americana Kristen Jarvis vasculhou as lojas de brinquedos em busca de uma boneca para o filho de dois anos. Só achou bonecas femininas, bebês e super-heróis. Não era nada do que esperava. Grávida, Jarvis queria um boneco para mostrar a ele como seria divertido ter um irmão. Mas se nos Estados Unidos é difícil encontrar um brinquedo desses, imagine, então, no Catar, onde Jarvis vivia.
Porém, brinquedos assim deveriam existir. De acordo com Christia Spears Brown, psicóloga da Universidade do Kentucky, nos Estados Unidos, bonecas ajudam as crianças a desenvolver empatia. Como simulam situações reais da vida, elas conversam e tomam conta das bonecas, como se fossem amigas de verdade, aprendendo a ser mais carinhosas e cuidadosas.
E meninos gostam dessas brincadeiras tanto quanto as garotas, principalmente até o primeiro ano de vida. “Eles recebem menos estímulos para desenvolver empatia. Ainda que o cérebro seja um pouco diferente, eles se interessam por pessoas tanto quanto as meninas, passam o mesmo tempo observando os outros”, escreve Brown no livro Parenting Beyond Pink & Blue(Paternidade Além do Rosa e Azul, em tradução livre). Ou seja, nada prova que garotos tenham desinteresse nato por brincadeiras que simulem interações humanas, como as com bonecas. Existe só o preconceito dos pais.
Foi por isso que Jarvis e a irmã decidiram criar a marca Boy Story, que lançou recentemente os primeiros bonecos, graças a mais de US$ 28 mil arrecadados em crowdfunding. Deram vida a Billy, negro de cabelos crespos, e Mason, branco de cabelos lisos. “Queremos diversidade, fazer com que mais crianças sejam representadas”, diz.
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