Parceria entre governo federal e ONU incentiva organização das mulheres em questões socioambientais no RJ
Ângela Fontes, superintendente da Mulher do RJ, fala sobre a atuação da CTG Foto: Cilene de Freitas/SPM
Criada em julho passado, Câmara Temática de Gênero (CTG) do Consórcio Intermunicipal da Região Leste Fluminense é composta por 15 municípios e organiza lideranças para reduzir impactos sociais decorrentes da implantação do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí
A legalização da Câmara Temática de Gênero (CTG) do Consórcio Intermunicipal da Região Leste Fluminense (Conleste) foi destaque na tarde de quinta-feira (16/08), em Brasília, durante o seminário “Interseccionalidade de Gênero, Raça e Etnia”, promovido pelo governo federal, por meio da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR) e da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), e pelas Nações Unidas. A ação foi considerada, pelo Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU Habitat), o primeiro resultado concreto de seu trabalho na região, que acontece desde 2009.
A CTG foi legalizada em julho e já teve sua primeira reunião, com representantes de todos os 15 municípios do consórcio. A ONU Habitat fez, segundo sua coordenadora regional de Gênero para a América Latina e Caribe, Diana Medina, a metodologia da câmara: os próximos seis meses de trabalho já estão planejados. A iniciativa teve o apoio do Programa Interagencial de Promoção da Igualdade de Gênero, Raça e Etnia, desenvolvido pelo governo federal, por meio da SPM e da Seppir, e pelas Nações Unidas.
Para Nathália Moreira, doutoranda da Fundação Getúlio Vargas (FGV) que estuda o Conleste, a CTG vai trabalhar nas causas e não somente nos efeitos das questões de gênero. “O Conleste pode ajudar na mobilidade social das mulheres da região”, avaliou. Ela sugeriu, para ações da câmara, que haja capacitação de líderes comunitárias e divulgação de mais experiências do consórcio.
A superintendente de Direitos da Mulher do estado do Rio de Janeiro, Ângela Fontes, acredita que o trabalho da CTG deve ser prático. Por exemplo, os integrantes da instância precisam pensar sobre a quantidade de creches dos municípios, a quantidade de salões de beleza e no nível de analfabetismo das mulheres. Ela lembrou, ainda, os eixos de atuação da câmara: enfrentamento à violência contra as mulheres, autonomia econômica das mulheres e aspectos culturais de suas vidas.
Agenda 21 - Os dados colhidos pela Petrobras para a Agenda 21 em Rio Bonito, município que faz parte do Conleste, será fracionado para a obtenção de dados relacionados a gênero, raça e etnia. O anúncio foi feito pela secretária municipal de Meio Ambiente da cidade, Carmen Kleinsorgen Motta. A Petrobras irá coletar as demandas da população da agenda e irá relatar as ligadas a gênero, raça e etnia.
Conleste - O Conleste foi criado para definir estratégias de atuação conjuntas diante dos impactos sociais decorrentes da implantação do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí. Fazem parte do consórcio: Teresópolis, Magé, Guapimirim, São Gonçalo, Niterói, Maricá, Itaboraí, Tanguá, Rio Bonito, Cachoeiras de Macacu, Silva Jardim, Araruama, Casimiro de Abreu, Nova Friburgo e Saquarema. A região abriga 80% dos habitantes do estado.
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