Contribua com o SOS Ação Mulher e Família na prevenção e no enfrentamento da violência doméstica e intrafamiliar

Banco Santander (033)

Agência 0632 / Conta Corrente 13000863-4

CNPJ 54.153.846/0001-90

quarta-feira, 15 de agosto de 2012


Não se anule no casamento

GUSTAVO CERBASI

O planejamento das finanças ainda é um grande desafio para as famílias brasileiras. Entre as famílias que cuidam de seu dinheiro, muitas vezes a aparente ordem financeira pode esconder uma ameaça à estabilidade do relacionamento.
Não me refiro a riscos na condição econômica da família, mas sim sobre o bem-estar – ou a falta dele. É comum que, a partir do início da vida a dois, um casal comece a priorizar decisões que garantam a segurança financeira familiar. Entre elas o custeio da casa própria, do plano de saúde, da aposentadoria, dos seguros e da educação dos filhos.
Não raro, essa variedade de decisões relevantes esgota o orçamento familiar, impondo limitações excessivas a gastos com lazer e bem-estar. Também ficam limitados os gastos com o investimento na carreira, viagens, cuidados com o corpo e poupança para objetivos individuais. Quando isso ocorre, está caracterizada a situação em que o casamento anula os indivíduos.
O planejamento familiar precisa levar em consideração que um casal deve perseguir dois tipos de objetivo ou sonho: os da família e os de cada componente do casal. Se alguém ambiciona conhecer o mundo, estar na moda, voluntariar-se em causas humanitárias ou qualquer outro objetivo que fica inviabilizado pelo casamento, a vida a dois pode virar um fardo. Isso geralmente é imperceptível no início. Mas boas intenções nos planos da família – e apenas para ela – podem resultar em indivíduos frustrados. Está aí uma das explicações para muitos divórcios tardios.
O excesso de individualismo é tão ou mais comum quanto os casos de famílias que esquecem as necessidades dos indivíduos. O casal não pode exagerar nas escolhas individuais, sob risco de fazer do casamento uma competição por conquistas. Os indivíduos também não devem anular o casamento.
Equilíbrio nas escolhas é a chave para que elas sejam sustentáveis. Na prática, o bom planejamento familiar começa pela moderação no custo de vida, para que as boas experiências que o casal teve no namoro e no noivado continuem ao longo da vida. Isso gera mais satisfação. Esse bem-estar motiva a vida profissional, que tende a proporcionar crescimento na carreira.
O orçamento deve contar com previsão para os gastos da família e também com verbas específicas para que cada um cuide de seus objetivos pessoais. O casal deve conversar sobre os dois tipos de objetivo, para que façam escolhas melhores. Um bom planejamento envolve mãos dadas para fortalecer as conquistas de todos. Essa é a melhor forma de consolidar e fortalecer uma união ao longo do tempo. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário