Suécia realiza os primeiros transplantes de útero de mãe para filha
Duas mães doaram seus órgãos para suas respectivas filhas. Agora, ambas têm grandes chances de engravidar
REDAÇÃO ÉPOCA COM AGÊNCIA EFE
Equipe médica do Hospital Universitário Sahlgrenska, na Suécia, que realizou os transplantes (Foto: AP Photo/Adam Ihse) |
Uma equipe de médicos da Universidade de Gotemburgo e do Hospital Universitário Sahlgrenska, ambos na Suécia, realizaram no fim de semana passado os dois primeiros transplantes de útero de mãe para filha no mundo. A notícia foi anunciada nesta terça-feira (18) pelas instituições.
Sem identidade revelada, as duas mulheres beneficiadas são da faixa dos 30 anos e receberam os úteros de suas respectivas mães. Uma delas teve o órgão removido há muitos anos, após receber um tratamento contra o câncer de colo uterino, e a outra havia nascido sem útero.
"Mais de dez cirurgiões participaram das operações, que foram realizadas sem complicações. As mulheres que receberam novos úteros estão bem, embora cansadas", afirmou em comunicado Mats Brännström, professor de obstetrícia e ginecologia da Universidade de Gotemburgo e coordenador da equipe.Em agosto do ano passado, uma equipe de médicos turcos em Antalaya realizou com sucesso o primeiro transplante destas características em uma jovem de 21 anos, mas a doação foi recebida de uma paciente falecida.
Os transplantes são o resultado de um amplo trabalho de pesquisa iniciado em 1999 pelo próprio Brännström na universidade. O projeto resultou na publicação até agora de cerca de 40 artigos científicos e envolve 20 cientistas, médicos e especialistas.
Antes das operações as duas mulheres foram submetidas à fecundação in vitro e os embriões foram congelados. Agora deverão esperar um ano para que esses embriões sejam implantados e, assim, tentar ficar grávidas, explicou Brännström em um vídeo divulgado pela Universidade de Gotemburgo.
"Há boas possibilidades que possam ter filhos", disse o especialista sueco.
Cerca de 15% das mulheres são estéreis, e entre 0,5% e 1% dos casos obedece a deficiências no útero, segundo dados desta universidade sueca. Na Suécia, há 2 mil mulheres de 20 a 40 anos de idade que são candidatas potenciais a receber um transplante de útero.
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