POR PATRÍCIA GOMES
Perseverança, resiliência, determinação, abertura ao outro. O MEC (Ministério da Educação) está de olho nessas características, que vêm sendo chamadas de habilidades socioemocionais, e anunciou medidas que visam promovê-las durante o Fórum Internacional de Políticas Públicas Educar para as competências do século 21. A primeira delas foi um acordo de cooperação entre Capes e o Instituto Ayrton Senna para oferecer bolsas a pesquisadores especialistas no tema. A segunda foi a possibilidade de estados e municípios buscarem financiamento no governo federal para desenvolver tais habilidades.
A intenção com as bolsas, segundo Jorge Almeida Guimarães, presidente da Capes, é estimular a produção de conhecimento sobre essas competências. “Queremos criar massa crítica sobre o tema”, afirmou. De acordo com o termo de cooperação assinado hoje, um edital deverá ser divulgado em até 90 dias com os pré-requisitos para candidatura às bolsas, mas Guimarães já adiantou que devem beneficiar diferentes níveis de aprendizado, de mestrado ao doutorado no exterior.
A Capes ficará responsável pela concessão das bolsas e o Instituto Ayrton Senna dará apoio técnico. Além disso, a formação de 90 mil estudantes de licenciaturas pode ser complementada para que esses educadores sejam capacitados para lidar com essas competências em sala de aula.
Já o ministro da Educação, José Henrique Paim, anunciou que disponibilizará uma linha de financiamento para redes públicas de ensino interessadas em desenvolver programas na área e que meçam o desenvolvimento dos alunos nas habilidades socioemocionais. O ministro afirmou que, pelo país, várias iniciativas já têm essa preocupação e que elas deverão servir de exemplos para próximos projetos.
Os anúncios foram feitos após a primeira manhã de debates do fórum, que reuniu a portas fechadas ministros de Educação de 14 países, entre os quais Coreia do Sul, Portugal, Equador, Noruega e Suécia. É a primeira vez que um evento dessa magnitude ocorre no sentido de promover as habilidades socioemocionais.
Nas discussões, que foram resumidas por Yves Leterme, secretário-geral delegado da OCDE, os países reconheceram as habilidades não cognitivas como um conjunto de características importantes e que devem ser estimuladas, uma vez que elas impactam o sucesso escolar e o sucesso na vida futura dos alunos. A leitura dos líderes é que o debate é novo em todo o mundo e que ainda há muito a ser descoberto, mas que já se sabe que tais habilidades devem ser estimuladas já a partir da primeira infância, que os professores devem receber uma formação para trabalharem com o tema e que o esforço deve envolver diferentes fatores – governos, escolas, famílias e alunos.
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