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sábado, 31 de outubro de 2015

Instalada Frente Parlamentar na Câmara dos Deputados que busca ampliar e garantir os direitos de crianças e adolescentes

22/10/2015

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Foi instalada nesta quarta-feira (21 de outubro), na Câmara dos Deputados, a Frente Parlamentar Mista de Promoção e Defesa dos Direitos das Crianças e Adolescentes. O objetivo é trabalhar de forma integrada para que os direitos das crianças e adolescentes sejam garantidos e ampliados.
A deputada Maria do Rosário, proponente da frente, lembrou que “a reinstalação da Frente na Câmara e no Senado Federal é indispensável diante da agenda conservadora que faz retroagir a agenda das crianças e adolescentes”. Já o ex-ministro da antiga Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da Republica (SDH/PR) e atual deputado federal Pepe Vargas demonstrou preocupação com o elevado índice de mortes de crianças e adolescentes no país.
A Senadora Fátima Bezerra também ressaltou a importância da retomada da Frente dos Direitos da Criança e Adolescente, diante dos “desafios da conjuntura do Congresso Nacional”. A senadora reforçou ainda que a Frente “fortalece a mobilização e a trincheira deste tema. Precisamos de mais conquistas e mais direitos. É isso que as crianças do Nosso Brasil precisam”.
Representantes da Childhood BrasilUNICEF e sociedade civil estiveram presentes na reunião e apoiaram a instalação da Frente. Também passaram pela reunião a senadora Fátima Bezerra (PT/RN) e os deputados Adelmo Leão (PT/MG), Chico D’angelo (PT/RJ), Ana Perugini (PT/SP), Luiziane Lins (PT/CE), Eduardo Barbosa (PSDB/MG), Erika Kokay (PT/DF), Rosangela Gomes (PRB/RJ), Professora Marcivania (PT/AP), Wadih Damous (PT/RJ) e Margarida Salomão (PT/MG).

Campanha constata que mulheres sofrem primeiro assédio entre 9 e 10 anos

do UOL, em São Paulo 29/10/2015

De acordo com um levantamento da Think Olga, que lançou a campanha #PrimeiroAssédio, a hashtag já foi reproduzida mais de 82 mil vezes. Além disso, diante dos milhares de relatos compartilhados nas redes sociais, a ONG feminista constatou que a maioria das vítimas tinha entre nove e dez anos quando foi assediada pela primeira vez.

Juliana de Faria, fundadora da Think Olga, lançou a ação há cerca de uma semana, quando uma criança participante de um reality show culinário sofreu agressões de conotação sexual na internet.

No site do projeto, um compilado das palavras mais citadas nos depoimentos também chama atenção. Entre elas estão: mão, tio, escola, ônibus, gostosa, homem, entre outras (que podem ser vistas na imagem abaixo).


Palavras mais citadas até agora com relatos do #PrimeiroAssédio, segundo o Think Olga

A Think Olga também é responsável pela campanha "Chega de Fiu Fiu", que luta contra o assédio sexual em locais públicos.

Segundo notícia da "Folha de S. Paulo", após a mobilização nas redes sociais, a professora universitária Giovana Dealtry, 48, inspirou-se para organizar um livro com relatos da hashtag #PrimeiroAssédio. Os depoimentos serão recolhidos até o dia 15 de novembro. 

"O objetivo é dar visibilidade a esses relatos, garantir que eles não morram nesse espaço do Facebook e possam permanecer como memória de uma luta horizontalizada de todas as mulheres", declarou à publicação.

Política de saúde para tratar pedofilia pode prevenir abusos

Yannik D´Elboux
Colaboração para o UOL 16/10/20150

Na Alemanha, uma campanha está criando polêmica ao tentar convencer pedófilos a aderirem a um tratamento confidencial para reverterem a atração sexual por crianças.

"A pedofilia é um desejo que o sujeito pode não realizar", declara o psicólogo e sexólogo Arnaldo Risman, membro do Cepcos (Centro de Pesquisa do Comportamento e Sexualidade), que conduziu um estudo de três anos sobre o tema.

"Nunca tive contato sexual com crianças", afirma categoricamente Matthew Hutton, apesar de admitir que sente atração por menores desde a adolescência. Ele também diz que não consome pornografia infantil --que é uma forma de abuso indireto, já que crianças normalmente estão envolvidas em sua produção. Consciente do seu problema, o canadense faz parte de uma organização de apoio norte-americana chamada B4U-ACT (Before You Act, antes que você aja em português), com a proposta de melhorar as opções de tratamento para pedófilos que precisam de auxílio e reduzir os estigmas em torno do problema, entre a população e os profissionais de saúde.

Para Hutton, o mais difícil nessa condição é ter de lidar com a visão de que pessoas assim são sempre monstros com más intenções. "É completamente fora da realidade pensar que somos todos perigosos", diz.

Ele fala que os sentimentos e desejos que possui estão longe de ser uma compulsão e que a maioria dos pedófilos reconhece o que é certo ou errado. "Nosso senso moral é geralmente muito mais forte do que nossa sexualidade porque não gostaríamos de machucar os jovens dos quais gostamos", diz.

A associação da pedofilia com o abuso sexual acontece quase de forma automática na cabeça da maioria das pessoas. Contudo, o transtorno --considerado uma disfunção sexual ou parafilia-- não pressupõe o crime.

Para se caracterizar um ato pedófilo, deve existir uma diferença de cinco anos entre a vítima menor de idade e o agressor. Admitir que o problema precisa ser tratado não significa que o abuso não deva ser punido.

"Não é vitimização, é olhar o indivíduo enquanto doente que necessita de tratamento. Para aqueles que cometeram o ato, a Justiça deverá cumprir seu papel", diz Risman.

Preconceito e solidão
Por causa do forte estigma que a pedofilia carrega e da falta de serviços especializados, nem sempre é fácil encontrar ajuda. Matthew Hutton conta que teve amigos que se afastaram quando ele revelou seu problema e que são comuns os casos de depressão e suicídio.

Na tentativa de diminuir o preconceito, a rede B4U-ACT prefere o uso da palavra MAP ("minor attracted person", pessoa atraída por menores em português) ao termo pedófilo.

No Brasil também quase não há oferta de tratamento para quem tem essa disfunção sexual. Para Itamar Gonçalves, gerente de programas da Childhood Brasil, organização que atua na área de proteção da infância, é importante criar políticas públicas e serviços, com base em uma rede de apoio, para prevenir a pedofilia.

Além da responsabilização, Gonçalves afirma que mesmo aqueles que cometeram abuso sexual contra menores devem receber auxílio psicossocial.

"Eles precisam aprender a considerar o ponto de vista das crianças e dos adolescentes e compreender os efeitos nocivos que podem causar", diz. O gerente da Childhood Brasil considera que esse caminho é fundamental para evitar reincidências.

Perfil
Segundo Itamar Gonçalves, a maioria dos casos de abuso ocorre com meninas entre oito e nove anos e entre 13 e 14 anos. Os agressores são majoritariamente homens.

Para Gonçalves, também vale a pena investir na autoproteção, ou seja, ensinar às crianças a identificarem uma prática abusiva.

Não há um perfil que defina o pedófilo. Entretanto, em seu estudo, o psicólogo Arnaldo Risman observou algumas características comuns. "São muitas vezes homens com baixa autoestima, que sofreram bullying na infância e misturam sentimentos de prazer e ódio em relação às crianças", diz.

Risman ressalta que o transtorno não tem cura, porém pode ser controlado com acompanhamento psiquiátrico e psicológico. 

Disque 100 registra mais de 65 mil denúncias: boa parte sobre violação aos direitos de crianças e adolescentes.

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19/10/2015

No primeiro semestre de 2015, o Serviço de Atendimento de Denúncias contra os Direitos Humanos, o Disque 100, registrou 66.518 denúncias. A maior parte está relacionada à violação dos direitos de crianças e adolescentes (63,2%), seguidas de transgressão aos direitos dos idosos (24,2%) e pessoas com deficiência (7,3%).


Compartilhamos com você a notícia que traz dados da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.
No primeiro semestre deste ano, o maior número de denúncias foi registrado em São Paulo (14.069), no Rio de Janeiro (7.849) e em Minas Gerais (5.479).
No entanto, denúncias relacionadas à violação de direitos de crianças e adolescentes apresentaram queda, reduzindo o número total de casos registrados no semestre. As queixas de violências praticadas contra esse grupo passaram de 49.248, no primeiro semestre de 2014, para 42.114 no mesmo período deste ano. As principais violações registradas são: negligência, violência psicológica e violência física.
A Ouvidora Nacional dos Direitos Humanos, Irina Bacci, explica que a queda se justifica pelo acontecimento do Mundial de Futebol no ano passado, quando um grande esforço coletivo por parte de diversos órgãos no monitoramento e registro das violações de direitos de crianças e adolescentes foi feito.
O então ministro de Direitos Humanos, Pepe Vargas, destacou a preocupação tanto com o crescimento das denúncias de violências praticadas em idosos quanto com as ocorridas com pessoas que possuem deficiência. “Vimos que isso cresceu no balanço semestral, e o grave é que, na maior parte das vezes, a violação é feita por familiares. Isso revela que precisamos construir uma cultura de direitos humanos na sociedade”, afirmou Vargas.
Disque 100
Serviço de atendimento telefônico gratuito que recebe denúncias e demandas de violações de direitos humanos de crianças e adolescentes, idosos, pessoas com deficiência, população LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros) e em situação de rua, por exemplo. Funciona 24 horas, durante todos os dias da semana. As denúncias, que podem ser feitas anonimamente, são analisadas e encaminhadas aos órgãos responsáveis.

Depois de ser espancada pela mãe por recusar casamento aos 11 anos, indiana inspira protesto nas redes

21/09/2015 -  por Redação Marie Claire

Rekha Kalindi, agora com 18 anos, virou ativista e luta contra o casamento infantil. No Twitter, a hashtag #StrengthToSayNo (força para dizer não, em tradução livre) já conta com milhares de compartilhamentos

Aos 11 anos, Rekha Kalindi foi espancada pela mãe ao recusar casamento (Foto: Reprodução livro "Strength To Say No")
Um protesto lançado da Índia acaba de tomar conta do Twitter, como parte de uma campanha que luta contra o casamento de crianças no país. Com a hashtag#StrengthToSayNo  (força para dizer não, em tradução livre), a iniciativa busca jogar luz sobre a prática da união forçada e foi inspirada na história corajosa da jovemRekha Kalindi.

Aos 11 anos, a menina foi espancada pela mãe e privada de qualquer tipo de alimentação após recusar um casamento arranjado pela família. Sua irmã, então com 12 anos, já estava casada e somava quatro abortos espontâneos. Na Índia, uma em cada cinco noivas tem menos de 15 anos de idade.

Rekha, agora com 18 anos, acaba de lançar um livro de memórias, onde relata também ter sido obrigada a trabalhar desde os 4 anos para ajudar a família.

Felizmente, a jovem conseguiu um financiamento do Projeto Nacional de Trabalho Infantil em parceria com a UNICEF para ter acesso à educação escolar. A partir de então, Rekha conseguiu certa independência e se transformou em uma importante ativista. Na escola, falou abertamente sobre sua recusa em seguir os passos da irmã mais velha e ganhou uma enorme atenção midiática. Porém, suas opiniões não foram muito bem aceitas dentro de casa.

“A mãe de Rekha voltou a espancá-la violentamente e a proibiu de retornar à escola, além de privá-la da alimentação”, afirmou ao Daily Mail um representante da ONG Humanium, que luta pelos direito das crianças. “Minha mãe me puxou pelos cabelos e continuou a me bater. Eu tentei fugir, mas ela me segurava apertado com uma mão, enquanto na outra agarrava uma vara. Chorei e gritei, mas ninguém interviu”, relatou a menina em seu livro, que acaba de ser lançado pela Penguin Book e tem como o título o nome da campanha.

Mulheres e homens aderem à campanha #StrengthToSayNo, nas redes sociais (Foto: Reprodução Twitter)

Com a ajuda de um professor e de um assistente do Ministério do Trabalho, ela foi autorizada a não se casar e a retomar os estudos. Agora, Rekha escreve discursos sobre trabalho infantil, educação e casamentos forçados, e ainda inspira toda a nação a se mobilizar a favor de suas causas.

“O casamento é uma escolha pessoal. Não force uma criança a se submeter a ele”, compartilhou uma apoiadora da #StrengthtoSayNo . “Porque 1/5 das noivas são crianças”, acrescentou um rapaz.

"Eu tenho que ser #ForteParaDizerNão porque a #VidaÉMinha." "#ForteParaDizerNão porque eu continuo não podendo andar sozinha depois das 22h, na Índia" (Foto: Reprodução Twitter)

A causa ressoou principalmente entre as mulheres. Uma indiana aproveitou, inclusive, para mostrar seu apoio ao compartilhar o medo que sente em relação a sua própria segurança: “Eu ainda não posso nem andar sozinha depois das 22h, na Índia”. E um usuário da rede social ainda levantou uma questão importante: “Quando um homem força uma mulher a realizar suas vontades, a oficialização do casamento reduz a gravidade do abuso?”

Marie Claire

A chocante história de Greg Hardy, o atleta da NFL que bateu na mulher e segue livre

 |  De
29/10/2015
O negócio é complicado.
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Greg Hardy será banido para sempre da NFL se voltar a cometer uma agressão doméstica.
Greg Hardy, jogador de futebol americano condenado por agressão doméstica, retornou à National Football League (NFL) em meados de outubro com uma companhia: seu histórico de violência contra mulheres agora o seguirá até o estacionamento, pelo AT&T Stadium, pelos vestiários e até o campo.
Mas, se voltar a agredir uma mulher, o mesmo histórico o expulsará do campo e da liga para sempre.
Desde que o site TMZ divulgou, há mais de um ano, um vídeo do também jogador da NFL Ray Rice agredindo a então namorada Janay Palmer no elevador de um cassino, tanto a liga de futebol americano quanto a do Canadá, a Canadian Football League (CFL), lançaram políticas contra a violência doméstica com o auxílio de especialistas, que adotam uma abordagem no estilo “me ajude a te ajudar” para agressores e vítimas.
Por trás dessas novas políticas contra a violência doméstica encontra-se um novo tipo de possível punição, talvez o maior castigo que uma liga pode impor a qualquer homem que ganha a vida jogando futebol: ser banido para sempre.
No caso da NFL, com “dois cartões amarelos”, o jogador está fora. Hardy já tem uma passagem pela polícia por agressão doméstica.
Em julho de 2014, ele foi condenado por agredir e ameaçar a ex-namorada Nicole Holder, que o acusou de estrangulá-la e depois jogá-la sobre um sofá coberto de armas no começo daquele ano.
“Se investigarmos e concluirmos que há provas suficientes que revelem que ele cometeu uma segunda infração de violência doméstica, então sim, ele seria banido para sempre, totalmente”, disse Lisa Friel, conselheira especial da NFL para investigações, em entrevista.
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Greg Hardy, jogador do Dallas Cowboys, já tem uma passagem pela polícia por agressão doméstica.
A possibilidade de um banimento definitivo foi pouco discutida desde que as novas políticas foram anunciadas pela NFL em agosto de 2014, e pela CFL em agosto deste ano.
Se a punição é apropriada ou não traz questionamentos. Como disciplinar homens que agridem mulheres no ambiente doméstico de uma forma que realmente reduza a violência e ajude as vítimas, em vez de punir o agressor pela punição em si?
E quando, se realmente possível, um banimento definitivo teria esse efeito?
As respostas para essas perguntas são complicadas, já que cada caso de violência é único em relação às duas pessoas envolvidas. A simples ameaça de um banimento definitivo soa como uma poderosa arma que poderia impedir jogadores de agredir suas parceiras.
Especialistas, no entanto, discordam quanto à eficácia desse tipo de punição. Ruth Glenn, diretora da Coalizão Nacional Contra a Violência Doméstica, nos EUA, acredita que nenhum impedimento, nem mesmo a possibilidade de perder a própria vida, tem o poder de evitar que o agressor cometa um ato violento em determinado momento. Rita Smith, consultora sênior da NFL para casos de violência doméstica e agressão sexual que ajudou a criar a política da liga, contesta a afirmação.
“Não acredito que isso seja verdade para todas as pessoas que escolheram usar a violência”, disse.
“Acho que, provavelmente, vários deles podem ser educados sobre o que os leva a fazer uso da violência e outras oportunidades para que possam obter resultados sem fazer as coisas que estão fazendo.
Mas realmente acredito que exista um grupo pequeno que pratica a violência em uma escala crescente, e são, de fato, pessoas letais não importando o que façamos.”
Pesquisas sobre meios para inibir a violência doméstica foram amplamente focadas em prisões e processos como formas de prevenir um abuso recorrente.
Um relatório de 2009 do Departamento de Justiça dos Estados Unidos revelou que o envolvimento da polícia, independentemente se o agressor tenha sido preso ou não,tem um forte efeito de impedimento, mas estudos anteriores mostraram que as prisões apenas são eficazes quando o agressor tem algo a perder em seu ambiente social.
No caso das sentenças, o mesmo relatório do Departamento de Justiça dos EUA afirmou que processar os agressores sem levar em conta seu nível específico de risco não impede futuros abusos.
Em resumo, é difícil dizer se a ameaça de um banimento definitivo da NFL poderia prevenir a violência, mas a pesquisa sugere que uma intervenção inicial seja da polícia ou da comunidade local do agressor pode ter um forte impacto na prevenção de mais agressões.
Porém, uma ameaça muito severa poderia dissuadir uma vítima dependente financeiramente de denunciar uma agressão. Holder, a ex-namorada do jogador Hardy, é um exemplo. O jogador pagava seu aluguel, e ela não o denunciou imediatamente à polícia por medo de retaliação.
"Puni-lo tem o efeito de imediatamente punir a mulher e os filhos.”
Os casos não denunciados de violência doméstica são um problema de grande relevância. Um estudo de 2013 da revista American Journal of Epidemiology revelou que apenas 7% das mulheres que sofrem violência de gênero no mundo todo denunciam a agressão.
A NFL tem de fazer o possível para elevar esse número, em vez de diminuí-lo. A liga também sabe disso.
“A última coisa que queremos é fazer algo que diminua ainda mais as denúncias”, diz Friel, conselheira especial da NFL.
Mas a possibilidade de um banimento definitivo permanece, embora retirar para sempre a fonte de renda de um agressor possa desestabilizar ainda mais uma situação perigosa, como a que existia entre Hardy e Holder.
Afinal, deixar de jogar futebol significa não somente perder o salário da NFL, mas também acordos de patrocínio lucrativos e participações pagas em eventos, o que resultaria em menos segurança e mais raiva.
“[Os agressores] podem representar um apoio financeiro importante para a família, por isso, puni-lo tem o efeito de imediatamente punir a mulher e os filhos”, disse Tracy Porteous, diretora-executiva da Associação para o Fim da Violência da Colúmbia Britânica e uma das especialistas que ajudaram a elaborar a política de violência contra a mulher da liga de futebol canadense.
Infelizmente, o caso de Holder não é o único. Em 98% dos casos de violência doméstica, o abuso financeiro, no qual o agressor controla a liberdade financeira da vítima, também é denunciado, segundo o grupo de mídia U.S. News & World Report.
Porteous disse que a política da CFL foi baseada em grande parte no modelo da NFL (“por que inventar a roda?”), mas com uma grande diferença. A CFL adotou uma abordagem distinta em relação às punições para violência doméstica, permitindo que o comissário Jeffrey Orridge possa aplicar punições personalizadas — um banimento definitivo nesse caso nunca é uma certeza, mas sempre uma ameaça.
A NFL, por outro lado, adotou uma abordagem dura e rápida em relação às punições contra violência doméstica, provavelmente como resultado dos equívocos anteriores do comissário da liga, Roger Goodell, no caso do jogador Rice. Ao implementar uma suspensão inicial de seis jogos para a primeira infração e um banimento definitivo no caso de um segundo ato de violência doméstica (com a possibilidade de recorrer depois de um ano), a NFL quer garantir que as punições sejam menos dependentes da interpretação de uma só pessoa. Como Goodell, por exemplo.
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Roger Goodell, comissário da NFL, está tentando aprender mais sobre o tema de violência doméstica com especialistas, diz uma consultora.
Friel, a conselheira especial da NFL para investigações, acredita que essas punições iniciais são úteis nas sentenças, uma convicção que ela atribui à sua experiência no comando da Unidade de Promotoria de Crimes Sexuais do distrito de Nova York.
Mas enfatizou que a política da NFL recomenda que o comissário considere circunstâncias agravantes ou que possam mitigar as acusações antes de aplicar a suspensão.
Esse foi o caso quando Hardy foi suspenso por dez jogos, depois reduzidos a quatro por um tribunal de arbitragem.
Em sua decisão, Goodell considerou quatro indícios de violência física, como os ferimentos no pescoço de Holder, as armas de Hardy, e o fato claramente óbvio de que um homem de 1,80 metro e com 125 kg se aproveitou de seu tamanho para atacar uma mulher com um porte muito menor — todos considerados “fatores agravantes” na política da NFL, o que levou a uma suspensão mais longa para Hardy.
Dawn Dalton, diretor-executivo do Projeto de Empoderamento Legal e Petições em Violência Doméstica, tem dúvidas se os comissários Goodell e Orridge, dois homens com total falta de experiência no campo de violência doméstica, usarão seu poder de forma eficaz algum dia.
Mas Smith, consultora sênior da NFL, e Porteous, da CFL, estão confiantes de que providenciaram os especialistas internos e recursos necessários às ligas para evitar equívocos como o ocorrido com o jogador Rice em 2014.
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Um vídeo mostra Ray Rice, à direita, agredindo Janay Palmer, agora sua esposa, no elevador de um cassino
Smith destacou as visitas de Goodell às unidades da Linha Direta Nacional de Violência Doméstica e do Centro Nacional de Recursos para Violência Sexual como prova de que ele está tentando aprender mais sobre o assunto com especialistas. “Está tentando aprender pessoalmente sobre esses assuntos com o objetivo de tomar decisões mais apropriadas e esclarecendo a política para que todos saibam desde o começo quais podem ser as possíveis consequências”, disse.
Independentemente dos diferentes níveis de confiança em Goodell e Orridge, especialistas e defensores das mulheres dizem que banir um jogador da liga para sempre pode ser bom para causar impacto, mas que não resolve muito a situação.
“Em última análise, não é a resposta para acabar com a violência doméstica — pegar uma pessoa e bani-la pensando que o problema está resolvido”, diz Travis Lulay, quarterback (líder da equipe ofensiva) do B.C. Lions e uma das principais vozes da CFL no combate à violência contra as mulheres.
“Acho que tem o potencial de aumentar o risco para a vítima”, acrescentou Ruth Glenn, da Coalizão Nacional Contra a Violência Doméstica.
Porteous, da CFL, concorda. “A resposta não está em proibir imediatamente alguém de jogar futebol”, diz. “A resposta está em tentar ver uma mudança de comportamento.”
Mesmo Friel, da NFL, admite que o banimento definitivo não é o resultado ideal, embora tenha acrescentado que “adotar uma postura forte vai ser parte do esforço para mudar como a violência doméstica é tratada no país”.
Mas ela se mostra otimista que a possibilidade de recurso após um ano funcione como uma “cenoura” para o coelho, estimulando o jogador banido a mudar seu comportamento, destacando que qualquer punição pela NFL inclui a necessidade de aconselhamento.
“Queremos que isso provoque uma mudança. Para que você [o jogador] tenha uma chance de mudar”, diz.
Hardy não parece ter mudado muito. Ainda não. Ele não quis comentar o próprio caso de violência cometido quando abordado por repórteres, e Friel admitiu que seus comentários a decepcionaram.
“Parece que seu modo de pensar não é o que gostaríamos a essa altura”, disse. “É preocupante.”
“Desejo, por sua segurança, e pela segurança de outras pessoas que seu comportamento seja melhor do que seu linguajar”, diz Friel.
Se não for, será expulso. Mas a quem isso ajuda exatamente fora das relações públicas da NFL ainda não está claro.
Precisa de ajuda? 

No Brasil, Ligue 180 para denunciar casos de agressão doméstica ou ameaças contra mulheres.

Este artigo foi originalmente publicado pelo HuffPost US e traduzido do inglês.

Conheça 7 mulheres poderosas que clicam os melhores looks nas ruas

Escrito por  Marcela De Mingo (colaboradora)  Atualizado em 30/10/2015 em  ELLE








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ill Cunningham, Tommy Ton e Phil Oh são nomes muito reconhecidos quando se fala em fotografia street style. No entanto, para cada homem que arrasa na profissão, existe uma mulher igualmente talentosa clicando os melhores looks nas principais capitais fashion do mundo. Conheça, a seguir, algumas dessas mulheres:

Silvia Olsen
A moda não é o único foco captado pelas lentes de dessa fotógrafa norueguesa. Apesar de ser um nome poderoso no street style e em campanhas publicitárias, ela também é conhecida por imagens que faz em suas viagens, no mundo da música e também de temáticas mais conceituais.

Sandra Semburg
A ideia de Sandra, que trocou Berlim por Nova York quando tinha 19 anos, era ser atriz. No entanto, em 2010 ela se apaixonou pela fotografia de rua e desde então busca beleza e energia para clicar. Entre looks completos, meros detalhes, um ótimo design ou uma rua inspiradora, tudo serve de personagem para as suas fotos.

Melanie Galea
O talento por trás do site The Street Muse. Melanie é muito reconhecida por sua habilidade em capturar personagens excêntricos e coloridos no dia a dia.

Victoria Adamson
Victoria sonhava desde os 14 anos em ser fotógrafa e, depois de terminar os estudos, foi para Londres para começar a conquistar o seu lugar no cenário fashion como fotógrafa de street style.

Michelle Bobb Parris
Advogada formada, Michelle começou a carreira com um projeto chamado 100 strangers, em que ela fotografava um estranho por dia durante o horário de almoço que tinha no escritório de advocacia onde trabalhava.

Tamu Mcpherson
Tamu quase se tornou advogada quando percebeu que a sua verdadeira paixão era a fotografia de moda. Em 2005, ela se mudou para Milão com o marido e na cidade italiana começou a sua carreira como fotógrafa de street style.

Holly McGlynn
Holly foi reconhecida como a Fotógrafa Irlandesa do Ano pelos últimos dois anos, assim como recebeu uma medalha de ouro no Prix de la Photographie Paris 2015. Por conta de sua origem irlandesa, Holly gosta de se divertir nas sessões de fotos que faz, seja nas ruas ou em um estúdio. 

A estudante Luisa Cruz quer ajuda para se proteger de um agressor

Depois de sofrer perseguição e uma tentativa de estupro no ano passado, a estudante de geografia procurou ajuda da universidade e da polícia. Mais de um ano se passou desde a denúncia e nenhuma atitude foi tomada. Essa semana, ela sofreu um novo ataque e quer usar as redes sociais para aumentar sua segurança

Escrito por  Isabella D’Ercole  Atualizado em 30/10/2015 em Claudia

Desde quarta-feira, um post da estudante de geografia Luisa Cruz foi compartilhado por mais de seis mil pessoas. No texto, a aluna da Universidade de São Paulo (USP) relata um ataque vivido dentro da instituição. E não é o primeiro. “Ano passado fui perseguida, ameaçada e sofri uma brutal tentativa de estupro. Busquei ajuda da própria universidade, da polícia e de todos os meios legais que tinha à minha disposição. Nenhuma atitude foi tomada e as ameaças continuaram”, escreveu.

Este mês, ela encontrou outro bilhete em seu carro. A mensagem ameaçadora dizia: “Enquanto você estiver aqui, estarei”. Uma semana depois, mais um contato do perseguidor aconteceu através do e-mail da aluna. “Tive meu e-mail invadido e recebi um e-mail enviado pela minha própria conta. No texto a pessoa me ameaça, alega saber fatos sobre meu cotidiano, afirma não ser a mesma pessoa que me agrediu no ano passado e, principalmente, condena o meu envolvimento com mulheres que já sofreram agressões dentro da universidade e denunciaram as violências sofridas, sugerindo que eu deveria rever minhas amizades e o tempo que gasto “acobertando vagabundas” e, nitidamente, buscando me intimidar ao falar ‘sei seu endereço, sei sua rotina’”, relatou.

Uma pesquisa feita pela própria aluna revelou que a mensagem tinha sido enviada de um computador de dentro do prédio de geografia: o agressor de Luisa frequenta os mesmos ambientes que ela. Ela nunca viu o rosto do homem. O máximo que conseguiu foi enxergar as mãos dele durante a agressão sofrida no ano passado, quando ele a imobilizou e tentou estuprá-la dentro do carro dela. Quando ela reagiu, ele bateu a cabeça dela contra a porta do carro e fugiu.

Luisa já tem diversos boletins de ocorrência registrados. Fez, inclusive, um exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal após esse episódio da agressão. Dentro da USP, uma sindicância foi aberta, mas não houve conclusão. Ela pediu acesso às câmeras de segurança da universidade e descobriu que o sistema não funcionava. Por algum tempo, até pensou em desistir do curso. Abandonou as aulas noturnas e andava sempre acompanhada por um amigo, que, depois de um tempo, recebeu ameaças do agressor pela proximidade com a vítima. 

“Como é recorrente nessas situações, o caso permaneceu sem solução e logo me vi desamparada mesmo com todos meus pedidos de ajuda. O que funcionou e fez meu agressor ao menos parar de se manifestar foi a publicização do meu caso. Meu relato garantiu de alguma forma minha proteção. Mas não evitou que eu vivesse todos os dias do último ano tensa sem saber quem era o agressor e sem saber se eu estava segura. Até eu ter de fato a certeza de que não estou segura, porque mais uma vez estou sendo perseguida e ameaçada. E mais uma vez venho falar e denunciar o que está acontecendo comigo”, declarou ela em depoimento a uma Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembleia Legislativa de São Paulo, que investigou violações de direitos humanos nas universidades do estado de São Paulo, finalizada em março deste ano.

Com o caso de Luisa ressurgindo e ganhando notoriedade, temos que questionar o apoio que está sendo oferecido a essas vítimas. Dentro da universidade, os coletivos estão acolhendo Luisa. Uma rede formada por professoras pelo fim da violência de gênero também está ajudando a aluna. Segundo a professora Heloísa Buarque, do departamento de Antropologia Social, é necessário organizar um movimento e levar novamente a questão à ouvidoria e aos órgãos responsáveis dentro da USP. “Todos os professores têm que ter conhecimento do que está acontecendo com Luisa. Primeiro, para ficar de olho caso vejam alguma coisa estranha. Depois, porque ela precisa ser acolhida. Não pode se sentir insegura o tempo todo. Meu medo é que, em ultima instância, ela abandone o curso por medo”, explica. A professora acredita que o motivo do agressor ter parado de perseguir Luisa no ano passado foi a exposição do caso dentro da instituição: “Ele ficou com medo de ser pego”.

Os próximos passos

Agora, há mais ferramentas para o sucesso da investigação policial. “Com o IP do computador que foi invadido, é possível precisar quais alunos usaram seu registro para acessar aquela máquina”, ressalta a promotora Silvia Chakian, coordenadora do Gevid (Grupo de Atuação Especial de Enfrentamento à Violência Doméstica) do Ministério Público de São Paulo. Segundo ela, a investigação deve ser bem feita, pois vai garantir subsídios para o promotor poder identificar e julgar o autor do crime na ação penal.  “Mas é preciso entender que, nesse caso, vários crimes foram cometidos contra a Luisa. Cada e-mail, cada bilhete, ameaça e a própria tentativa de estupro são crimes separados”, explica ela. 

Fora a ação criminal, há que pensar também em uma ação dentro da universidade. Com a importância que o caso ganhou, a promotoria de direitos humanos assumiu a função de investigar se há indícios o suficiente para instaurar uma investigação dentro do campus. “Por que essas câmeras estão quebradas? É de responsabilidade da USP garantir a segurança de seus estudantes e sabemos que as mulheres estão ainda mais sujeitas à violência. A iluminação, por exemplo, precisa ser suficiente”, afirma Silvia. Até meados da próxima semana, a promotoria deve definir o resultado dessa apuração.

Silvia destaca que, para a mulher, esse momento da denúncia e da exposição é especialmente sensível. “Quando a mulher relata a violência sexual, ela é recebida com questionamentos, as pessoas não acreditam”, conta. “Nessa hora, o que ela mais precisa é ser acolhida. Se o depoimento é recebido com credibilidade e respeito, as providências corretas são tomadas”.