Albinismo é uma condição congênita mais comum na África subsaariana. Foto:ONU/Marie Frechon |
Publicado em 15/10/2015
Ataques em ao menos seis países foram registrados recentemente, coincidindo com as preparações para as eleições. Albinos temem constantemente estes ataques, que visam à retirada de partes de seus corpos para uso em rituais místicos.
A primeira especialista das Nações Unidas em Direitos Humanos dos Albinos, Ikponwosa Ero, fez um apelo nesta quinta-feira (15) para uma ação coordenada no leste e oeste da África para impedir ataques contra albinos. “Estou profundamente preocupada com o padrão perturbador do aumento de ataques durante as eleições na região”, acrescentou.
Ero pediu aos governos para tomarem medidas de prevenção contra esse tipo de crime, além de garantir que os candidatos de cada partido e seus apoiadores não estejam associados aos ataques. Além da discriminação e estigma, a especialista lembrou que os albinos temem constantemente esses ataques, incluindo por parte de familiares “que valorizam mais os membros de seus corpos que suas próprias vidas”, disse Ero.
A especialista citou ainda o caso de uma mulher de 20 anos, vítima de assassinato na África do Sul em setembro. Seu corpo foi encontrado em um vilarejo em Phelandaba sem alguns membros e sem partes da pele. Ero parabenizou a reação das autoridades do país que determinaram 20 anos de prisão para os dois acusados envolvidos.
Em muitas comunidades, crenças e mitos errôneos atribuem aos albinos poderes mágicos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o albinismo é uma condição congênita mais comum na África subsaariana do que em outras regiões, afetando uma em cada 5.000 a 15.000 pessoas, comparado a uma em cada 17.000 a 20.000 na Europa e América do Norte.
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