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sábado, 31 de outubro de 2015

5 filmes de mulheres inspiradoras para não perder na Mostra Internacional de Cinema

Davi Rocha
Jornalista, é viciado em música, cinema, séries, redes sociais e está acompanhando a Mostra de Cinema
27/10/2015

Neste fim de semana, milhões de estudantes brasileiros refletiram sobre a persistência da violência contra a mulher na redação do ENEM. Enquanto isso, assisti à alguns filmes dirigidos e protagonizados por mulheres na Mostra de Cinema de São Paulo. Ótima coincidência me inspirou a preparar essa lista.

Precisamos falar do protagonismo feminino como atrizes e diretoras. Para se ter uma comparação, dos 312 filmes em cartaz, apenas 58 são dirigidos por mulheres. Entre eles, bons nomes do cinema brasileiro, da estreante na ficção Marina Person, com Califórnia à consagrada Lucia Murat, com Em Três Atos.

Vamos dar espaço às boas histórias de mulheres que rompem paradigmas dentro e fora das telas para, aos poucos, mudarmos a sociedade. Conto abaixo sobre os filmes que vi e recomendo a todos se aprofundarem na programação da Mostra, em cartaz até 4 de novembro, em São Paulo.

Ralé


Com experiência de uma vida inteira no cinema, Helena Ignez é um dos nomes mais importantes do chamado cinema marginal, que produziu filmes como O Bandido da Luz Vermelha (1968), Assalto ao Trem Pagador (1962) e Copacabana, Mon Amour(1970). Ela estreou na direção em 2009, com Canção de Baal e agora em 2015 apresenta seu mais novo trabalho: Ralé. Libertador do começo ao fim, o longa tem no elenco grandes nomes da cena cultural brasileira como o cantor Ney Matogrosso e os diretores de teatro Zé Celso Martinez Corrêa e Mário Bortolotto. O filme foi, merecidamente, bastante aclamado pelo público na primeira exibição.

Lo que lleva el río



Este filme venezuelano apresenta Dauna, uma índia warao, que precisa bater de frente com costumes extremamente rígidos para conhecer o mundo além de sua tribo, rompendo a barreira das mulheres criadas apenas para cuidar de casa e filhos. Ela enfrenta pai, marido e familiares para estudar, se formar e trabalhar como professora. Mesmo com um ritmo um pouco lento em parte do filme, vale ficar até o final.

Olmo e a Gaivota



Aqui conhecemos Olivia Corsini, uma atriz do Théâtre du Soleil, muito ativa e extremamente dedicada ao trabalho. Ela está no elenco da peça A Gaivota, de Tchekhov, quando uma gravidez inesperada muda totalmente sua vida. Em uma mistura de ficção e realidade, acompanhamos a aventura de nove meses, onde são presentes temas como insegurança, medo, liberdade, planos para o futuro, a relação com seu marido e o tédio absoluto. Com lindas imagens, contemplamos de maneira extremamente bela a relação de Olivia com a transformação de seu corpo.

Além da protagonista, vale destacar que o filme tem direção de duas cineastas: a brasileira Petra Costa, premiada pelo documentário Elena, e a dinamarquesa Lea Glob, que faz seu primeiro longa-metragem.

Alias Maria



O longa conta a história de Maria, soldada de uma guerrilha colombiana de apenas 13 anos. Ela faz parte de um grupo em que existe a cultura do sexo desprotegido entre seus membros e o aborto dos bebês. Quando, num "descuido", nasce o filho do comandante, Maria faz parte da missão de levá-lo a um local seguro. O que ninguém sabe é que ela está grávida. O filme mostra a luta da menina para salvar a vida do recém-nascido e ao mesmo tempo cuidar de si mesma e de seu próprio bebê. Além disso, fugindo do "padrão imposto", ela anseia por ser mãe mesmo com tão pouca idade. As situações enfrentadas mostram o horror de passar por uma situação tão desumana, em uma narrativa ágil e de tirar o fôlego de qualquer espectador.

Mate-me Por Favor

Um dos destaques da Mostra é Mate-me Por Favor, filme de estreia da diretora Anita da Rocha Silveira. O filme conta a história de uma onda de assassinatos que invade o bairro da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, e o interesse de um grupo de adolescentes pela morte, enquanto lidam com questões típicas de sua idade: sexo, religião, drogas e festas de 15 anos. Tudo isso com funk carioca na trilha sonora (melhor impossível).

Antes mesmo de chegar às telas brasileiras, foi selecionado para um dos festivais mais importantes do mundo: a Mostra Internacional de Veneza. No Festival do Rio, Anita levou o prêmio de Melhor Diretora e a atriz principal Valentina Herszage, o prêmio de Melhor Atriz. Com certeza, ainda vem muitos prêmios por aí.

Veja os horários de exibições na Mostra.

Brasil Post

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