Menores de idade raptados por grupos extremistas; crianças mortas em países como Afeganistão e outras obrigadas a explodir bombas na África; agência da ONU pede que brutalidade não seja a nova norma.
Leda Letra, da ONU News em Nova Iorque.
28/12/2017
Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, as crianças que vivem em zonas em conflito enfrentaram neste ano um nível chocante de ataques.
Em entrevista à ONU News, a representante do Unicef, Tamara Kummer, explicou que esses ataques ocorrem todos os anos, mas que essa brutalidade não pode se tornar a nova norma e as pessoas não devem ficar "adormecidas" com a situação.
Exemplos
Estupros, casamentos forçados, raptos, escravidão e recrutamento para o combate são exemplos do que as crianças sofreram neste ano em países como Iraque, Síria, Iêmen, Nigéria, Sudão do Sul e Mianmar.
Além disso, milhões de menores sofreram com outras consequências dos conflitos, como desnutrição, doenças e falta de acesso a serviços de saúde. O balanço do Unicef traz dados de vários países.
No Afeganistão, quase 700 crianças foram mortas entre janeiro e setembro. Na República Centro Africana, menores foram assassinatos, estuprados e recrutados por grupos armados.
Na região de Kassai, na República Democrática do Congo, a violência fez com que 850 mil crianças ficassem desabrigadas e 350 mil sofrem de desnutrição.
Na Nigéria e nos Camarões, os terroristas do Boko Haram forçaram pelo menos 135 menores a atuarem como "crianças-bomba" em ataques suicidas, um número cinco vezes maior do que os de 2016.
Rohingyas
No Sudão do Sul, foram 19 mil crianças recrutadas pelas Forças Armadas ou grupos armados, além de 2,3 mil mortas. Na Somália, foram registrados mais de 1,7 mil casos de menores obrigados a combater.
Na Síria e no Iraque, as crianças foram utilizadas como escudos humanos, viveram sob cerco e enfrentaram muitos bombardeios e violência.
Já em Mianmar, os rohingya sofreram um nível de violência sem precedentes e foram obrigadas a abandonar suas casas e escolas no estado de Rakhine devido aos confrontos entre as Forças Armadas e grupos étnicos armados.
No Iêmen, já são quase 1 mil dias de conflito, que deixaram pelo menos 5 mil crianças mortas ou feridas, mas o números pode ser bem maior segundo o Unicef. São 11 milhões de menores no país que precisam de assistência.
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