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segunda-feira, 20 de maio de 2013


Casamento entre pessoas do mesmo sexo permite ser quem realmente é

por Ana Cássia Maturano

Existe a ideia de que há certos padrões de comportamento que as pessoas devem se encaixar. Por exemplo, todo homem deve se casar com uma mulher e vice-versa. A partir de então, vão ter filhos, criá-los e ajudarem com os netos. Talvez esta seja a imagem que se faz de uma família. Mas ela andou mudando.

O divórcio foi aprovado e novas configurações familiares começaram a surgir. Em alguns lares, o casal vem de uma experiência anterior de casamento. Carregam seus filhos e a prole aumenta. Qual o parentesco dessas crianças? Nenhum, mas é como se fossem irmãos. Às vezes, acabam tendo um em comum, fruto da nova união.

Não parou por aí. Apareceu a produção independente, onde os filhos têm apenas o pai ou a mãe. E há famílias em que eles têm dois pais ou duas mães.

Contando assim, parece uma coisa natural. Porém, as mudanças na família não foram tão simples. Os espaços foram sendo conquistados e incorporados ao sistema social.

Por esses dias, aconteceu mais um avanço: o reconhecimento do casamento entre pessoas do mesmo sexo através da obrigatoriedade dos cartórios em realizá-los. Antes, eles podiam se negar a isso.

Será um avanço mesmo? Sim, apenas se oficializou aquilo que já existia na prática. Ou alguém imagina que haverá menos casais homossexuais caso seja considerado ilegal o casamento entre eles? Apenas ocuparão o lugar que sempre lhes foi de direito, o de cidadão.

Muitos são contra a esta aprovação, como antes muitos foram contra o divórcio: proclamam o fim da família. Como se o homossexual fosse alguém doente e pervertido. Que fez uma escolha e, caso quisesse, poderia ser diferente. Esta é uma ideia equivocada: assim como ninguém escolhe ser heterossexual, ninguém escolhe ser homo.

O incômodo com a situação talvez resida na constatação de que o gay está de acordo com o que sente ser, e não com o que imagina que deve ser. Quantos de nós para tentar se encaixar em algum padrão, que não necessariamente o sexual, vai contra sua natureza?

Não tem sido fácil ser homossexual e nem criar um filho nesta condição. Por muito tempo ainda será difícil. Os pais têm que aprender a lidar com um filho que não corresponde a um ideal de homem e mulher. Temem o preconceito e o estigma que eles podem vir a enfrentar, assim como possíveis agressões. Não raro, vemos notícias de agressões a gays por grupos violentos.

Não dá para negar a realidade. Hoje, temos que criar os nossos filhos com uma visão de diversidade – para que eles possam ser o que realmente são, respeitando aqueles que são diferentes. É preciso prepará-los para os novos (não tão novos) tempos.

Que ninguém imagine que isso fará dele ou dela gay, pois contrariando o que muitos pensam, não é a convivência que determinará a orientação sexual de uma pessoa. A maioria dos homossexuais foi criada dentro de uma família com um pai e uma mãe nos moldes tradicionais.

E viva a diferença!

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