SITE COMANDADO PELO VÍTIMA FEZ HOMENAGEM APÓS SUA MORTE (FOTO: FACEBOOK) |
Um grupo de criminosos do México sequestrou e matou uma jornalista que era conhecida por denunciar, no Twitter, as atrocidades cometidas pelo cartel no país. A morte da vítima foi anunciada em seu próprio perfil após ser hackeado. Fotos do corpo de María del Rosario Fuentes Rubio foram compartilhadas na rede social momentos depois de ser brutalmente assassinada.
A mexicana usava um pseudônimo para denunciar o crime organizado no estado de Tamaulipas, onde acontecem extorsões, troca de tiros, sequestros e execuções. Os crimes não costumam ser noticiados pela imprensa do país por conta da intimidação de outros grupos semelhantes, informou o jornal britânico "The Mirror".
Uma das únicas formas de compartilhar informação local é por meio de redes sociais como Facebook e Twitter, conforme fazem alguns moradores.
Foi assim que Rubio ajudou a tornar influente um site de notícias que possui mais de 510 mil seguidores. O "Valor por Tamaulipas" publicava fotos de criminosos, compartilhava busca por pessoas desaparecidas e informava sobre crimes na região.
Para ter um mínimo de segurança, a jornalista usava o pseudônimo de Felina e no Twitter tinha como usuária o nome de @Miut3. Seus posts encorajavam moradores a denunciar organizações criminosas.
As ameaças, de acordo com o "The Mirror", teriam começado neste mês, mas Rubio permaneceu com seu trabalho até no dia 16, quando a conta foi invadida pelo cartel após seu sequestro.
A mensagem compartilhada pelos criminosos na rede depois do assassinato dizia o seguinte: "amigos e familiares, meu nome verdadeiro é Maria Del Rosario Fuentes Rubio. Sou médica e hoje minha vida chegou ao fim".
Em seguida, fotos de seu corpo foram exibidas para os seguidores da mexicana com a mensagem: "cancelem suas contas, não coloquem em risco a vida de seus familiares como eu fiz. Peçam perdão".
O México é um país considerado perigoso para o trabalho de jornalistas. Outros sete profissionais da imprensa foram mortos nos últimos dois anos, de acordo com a organização Repórteres Sem Fronteiras.
"A Repórteres Sem Fronteiras está chocada com a morte de María del Rosario Fuentes Rubio e pede ao governo que faça uma investigação exaustiva para identificar os responsáveis o mais rápido possível", pediu a diretora da instituição Virginie Dangles.
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