28/10/2014 São Paulo
Daniel Mello - Repórter da Agência Brasil Edição: Graça Adjuto
O Festival Entretodos exibe em 57 pontos da capital paulista curta-metragens que falam sobre direitos humanos. São 29 filmes, incluindo ficção, documentário e animação, que poderão ser vistos entre os dias 3 e 7 de novembro. Além das produções brasileiras, a sétima edição da mostra traz obras de dez países: Irã, Sérvia, Chile, China, Índia, França, Espanha, Alemanha, Estados Unidos e Itália.
A seleção foi feita a partir do tema Cidadania Cultural e organizada em cinco blocos. O primeiro deles é o Vozes Urbanas. “Basicamente, a questão da cidade. A cidade está sempre muito presente. As pessoas fazem filmes sobre a sua cidade, cidades fictícias. As relações com as corporações. A sociedade de consumo. É um pouco o adoecimento da sociedade, pela violência, o desrespeito às regras de convívio”, explica o curador da mostra, Jorge Grinspum, sobre o eixo temático que também foi matéria da maior parte dos 400 curtas enviados para participar da seleção.
Entre os filmes que abordam esse assunto está Jairboris, dirigido por Lincoln Péricles. “Uma pseudoficção. Um filme bastante vanguardista, inusitado”, diz Jorge, sem querer dar mais detalhes sobre a obra centrada em Boris. O personagem “já fez de tudo na vida. É, inclusive, o melhor ator do mundo”, segundo a sinopse do curta.
Na Lata é outro eixo da mostra, que traz “questões relacionadas a posturas mais radicais. Pessoas que resolvem polemizar de uma certa forma, criar um conflito. Discussões em relação a posições que as pessoas resolvem assumir e lutar”. Nessa parte está o documentário Black Bloc – Uma História de Amor e Violência, sobre os grupos que praticam depredações em manifestações.
Voz de Deus é destaque no bloco Possibilidades. Segundo o curador, o curta “causa certo estranhamento porque é falado em uma língua que não existe. Apesar disso, você consegue ficar bastante amarrado ao filme por causa da qualidade da narrativa, da linguagem”. Nesse eixo estão filmes que falam sobre as diferentes formas de se posicionar na sociedade.
Os locais de exibição são variados, desde salas de cinema tradicionais, até espaços disponibilizados por coletivos culturais da periferia. “Todo o festival se baseia nos CEUs [centros educacionais unificados] e também mantivemos as parcerias antigas que a gente tinha com esses grupos culturais da periferia”, explica o curador sobre a mostra, que tem ainda uma série de filmes voltados para o público infantil.
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